TRÁFICO

03/07/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:00am

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, a "Operação Bastardos", com o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada em fabricar e comercializar anilhas falsas de identificação para pássaros. As anilhas eram fabricadas em Goiás, de onde eram repassadas para clientes de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.

As investigações tiveram início na Região Metropolitana de Vitória (ES), a partir da identificação de um grupo que vinha comercializando anilhas clonadas para criadores de pássaros interessados em forjar uma aparência de legalidade a animais em situação irregular, sendo, na maioria, Aves capturadas da natureza. As anilhas eram fabricadas com a mesma numeração de outras já registradas no IBAMA, como forma de tentar burlar a fiscalização do órgão.

Segundo informações da polícia, as anilhas de identificação eram fabricadas em Goiás, no município de Padre Bernardo, que faz divisa com o Distrito Federal, de onde eram encaminhadas para clientes localizados em pelo menos três estados: Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. A estimativa é que, somente para o grupo que atuava no Espírito Santo, foram enviadas cerca de 5 mil anilhas nos últimos 12 meses. As anilhas eram utilizadas em diversas espécies de pássaros, mas a procura era maior para colocação em canários-da-terra, coleiros e trincaferros.

Alguns dos suspeitos atuavam, ainda, no comércio irregular de pássaros silvestres. Durante as investigações, foram apreendidos cerca de 300 canários-da-terra capturados da natureza e sete pessoas foram presas em flagrante. As Aves foram encaminhadas ao IBAMA para serem reintegradas à natureza.

Ao todo, cerca de 70 policiais federais e 15 fiscais do IBAMA participam da Operação para cumprir 15 mandados de busca e apreensão em Taguatinga (Distrito Federal); Padre Bernardo (Goiás); Uberaba e Uberlândia (Minas Gerais); Franca e Ribeirão Preto (São Paulo); e Vitória, Vila Velha e Cariacica (Espírito Santo).

Foi expedido também mandado de prisão preventiva para o fabricante das anilhas, que reside em Goiás.Os investigados vão responder pelos crimes de falsificação e/ou adulteração de selo ou sinal público, com pena de 2 a 6 anos, e formação de quadrilha, com pena de 1 a 3 anos. Os que atuavam no comércio de pássaros vão responder, ainda, por transporte e venda de espécimes da fauna silvestre, com detenção de 6 meses a 1 ano e maus-tratos a Animais silvestres, com pena de 3 meses a 1 ano.