Tese

30/07/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:43am

Inserção do vegetal na alimentação de ruminantes diminui metano em 14%.Emissões da pecuária colaboram para aumento da temperatura do planeta.
Inserir leucena, uma espécie de vegetal da família das leguminosas, na alimentação de animais ruminantes reduz, em até 14%, a produção do gás metano resultante do processo de digestão do Rebanho, segundo pesquisa da USP (Universidade de São Paulo) em Piracicaba (SP).

Desenvolvido no Cena (Centro de Energia Nuclear na Agricultura) como tese de doutorado, o estudo aponta uma alternativa para a diminuição do impacto da pecuária no aquecimento global. O metano é um gás que participa da formação do efeito estufa, colaborando para o aumento da temperatura do planeta.

Segundo o professor Adibe Luiz Abdalla, orientador do trabalho, a substituição diária de um terço da alimentação de forragem (grama, feno ou pasto) por leucena melhora a digestão do gado. "A leucena tem tanino, uma molécula que otimiza a utilização dos nutrientes no processo e inibe a atuação de bactérias que produzem metano", disse.

Ovelhas como modelo

A tese, de autoria da estudante egípcia Yosra Ahmed Soltan, desenvolvida no Laboratório de nutrição animal do Cena, usou ovelhas como modelo de experimentação. Mas os resultados também são aplicáveis ao gado de corte e de leite, de acordo com o orientador.

"O resultado é bastante significativo. Pesquisadores do mundo todo buscam soluções para diminuir a emissão de metano por animais ruminantes", completou Abdalla.

Experimento no Egito

Na próxima etapa do experimento Yosra testará, na Universidade de Alexandria, os métodos pesquisados em Piracicaba. "Temos leucena também no Egito. Levaremos daqui a tecnologia das câmaras de trocas de gases para colhermos o metano emitido pelo Rebanho de lá", disse a doutoranda.

Yosra veio para o Brasil por meio de convênio entre o Cena/USP e a Universidade de Alexandria. "Há outros alunos nesse intercâmbio científico entre as duas instituições. Yosra foi a primeira a completar os quatro anos integralmente no Cena. Também estamos negociando a ida de alunos do Brasil para o Egito", afirmou o professor Sobhy Sallam, da Universidade de Alexandria.