Sustentabilidade

16/11/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:04am

Já faz algum tempo que a sustentabilidade deixou de ser um rótulo publicitário para tornar-se parte dos negócios, buscando atender às exigências dos consumidores. As três maiores companhias brasileiras de carnes – JBS, Marfrig e Minerva – entenderam que, para sustentar suas metas de expansão global, precisariam fomentar suas áreas socioambientais e criaram departamentos com status de diretoria (a JBS usa o nome comitê, a Minerva gerência, e a Marfrig diretoria) para atuar nesse novo paradigma. A meta é reverter a imagem negativa do pecuarista, oferecer opções para que o consumidor possa rastrear todas as etapas da cadeia produtiva, desenvolver a chamada economia de baixo carbono para, posteriormente, vender mais e ganhar novos mercados.

O Minerva criou uma gerência para tratar do assunto em 2009. Segundo Carlos Barbieri, responsável pelo setor, o trabalho começou no campo, com assistência técnica aos produtores para conquistar melhorias no plantel e no manejo. “O trabalho no campo é acompanhado no dia a dia, da criação ao abate. A área tem três pilares: o meio ambiente, o social e a economia. Mas primeiro foi preciso difundir a filosofia da pecuária sustentável entre os fornecedores”, diz. Barbieri afirma que o perfil dos pecuaristas mudou muito nos últimos anos e a maioria se preocupa com o meio ambiente e sabe que um rebanho verde vale bem mais. “O amadurecimento das ações ambientais melhorou a sinergia do pecuarista com a indústria, e desta com o mercado.”

A JBS criou um comitê de assuntos sustentáveis. Sérgio Sampaio, diretor de operações, diz que as decisões da área, de tão importantes, passam pelo conselho de administração. Na companhia, a ordem é adiantar-se às exigências do consumidor. A JBS já investiu R$ 110 milhões em melhorias ambientais. “Temos técnicos em sustentabilidade que prestam assistência ao pecuarista e instalamos câmeras em toda a linha de produção na indústria. Em cada embalagem, há um código que permite ao consumidor acompanhar todo o processo, da fazenda ao abate”, explica.

A última companhia a criar uma diretoria sustentável foi a Marfrig. Desde abril, a empresa monitora as emissões de gases de efeito estufa em 152 fazendas. Cléver Ávila, diretor da área, diz que o objetivo é provar, com exemplos práticos, que é possível produzir proteína de alta qualidade sem desrespeitar o meio ambiente. “Esse controle é um passo rumo à economia de baixo carbono”, diz.