Suínos

20/11/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

Essas altas refletiram os reajustes do suíno vivo iniciados na segunda quinzena de setembro.

A valorização do animal vivo, por sua vez, foi motivada pela redução da oferta após as fortes perdas sofridas por produtores, especialmente em julho.
O Indicador do Suíno Cepea/Esalq avançou 14,2% no estado de Minas Gerais entre os dias 28 de setembro e 31 de outubro. Em São Paulo, houve alta de 11,7% no mesmo período. Em Santa Catarina, o Indicador teve aumento de expressivos 9,9% e, no Paraná, de 9,8%. No Rio Grande do Sul, o preço médio pago ao produtor teve elevação de 8,4% no acumulado de outubro. Como consequência, essas valorizações do animal vivo foram repassadas ao consumidor final. No entanto, como resposta, as vendas da carne começaram a dar sinais de enfraquecimento na segunda quinzena de outubro, uma vez que a carne bovina se tornou mais atrativa.
Assim, mesmo com o encerramento do ano se aproximando, agentes colaboradores do Cepea relataram um cenário atípico para o período. Na segunda quinzena de outubro, não se viu aquecimento das compras de Suínos vivos para a formação de estoques de cortes e embutidos a serem escoados no final do ano.
Esse comportamento dos frigoríficos também decorreu da oferta de animas relativamente baixa, tendo em vista que o alto custo da ração no correr deste ano levou muitos produtores a reduzir o plantel em meados de julho, ou até mesmo abandonar a atividade. Como consequência, a oferta de animais diminuiu nos meses seguintes, o que, inclusive, motivou forte recuperação nos preços do suíno vivo entre meados de agosto e de outubro.
As exportações de carne suína in natura totalizaram US$ 153,30 milhões, montante 4,9% maior que o de setembro e 27,5% superior ao de outubro/11, segundo dados da Secex. Considerando-se o dólar médio de R$ 2,03, as exportações da carne suína in natura somaram R$ 311,14 milhões em outubro. Em termos reais, essa receita é a maior desde outubro/08 – o preço em moeda nacional foi deflacionados pelo IPCA de out/12.
O preço médio da carne in natura exportada foi de R$ 5,74, elevação de 5,1% em relação a setembro/12, porém 1,8% inferior à média deflacionada de outubro/11. No último mês, foram embarcadas 54,2 mil toneladas, o que representa apenas 0,6% a menos que o volume de setembro, mês que apresentou a maior quantidade desde outubro de 2009. Quando comparado com o mesmo mês em 2011, no entanto, o total é 41,1% maior.
Apesar da valorização do preço médio da carne exportada entre os dois últimos meses, a vantagem em relação ao valor praticado no País diminuiu, já que, aqui, os reajustes foram maiores. A carcaça tipo exportação valorizou 10,3% no atacado da Grande São Paulo ao longo de outubro, elevando a média mensal para R$ 5,07/kg. Com isso, exportadores receberam, em média, 67 centavos a mais por quilo que o obtido no atacado da Grande São Paulo. Em setembro de 2012, a diferença entre os preços esteve em 94 centavos/kg – R$ 5,46/kg contra R$ 4,52/kg.
Em relação ao mercado de insumos, a cotação do farelo de soja caiu ao longo do mês de outubro. As quedas estiveram atreladas às baixas observadas nos preços do grão. A última projeção da safra de soja norte-americana, divulgada em outubro pelo USDA, foi maior frente à de setembro, o que pode elevar a disponibilidade da oleaginosa no mercado externo. O Brasil, por sua vez, deve aumentar a produção na safra 2012/13.
No entanto, a aproximação do final da colheita nos Estados Unidos fez com que agentes ficassem mais atentos, devido à firme demanda pelo grão daquele país para exportação. Caso a oferta de soja norte-americana não atenda a demanda mundial crescente para este período, deve haver maior interesse pelo produto da América do Sul, ainda em fase de cultivo. Em Campinas (SP), a tonelada do farelo de soja desvalorizou 12% ao longo do mês, negociada a R$ 1.144,04 no dia 31 de outubro. Em Chapecó (SC), o derivado de soja foi negociado a R$ 1.281,39/t no dia 31, baixa de 6,4% no mesmo período.
Já os preços do milho voltaram a subir no correr de outubro no mercado nacional. Segundo pesquisadores do Cepea, o cereal brasileiro está mais competitivo que o norte-americano, abrindo espaço para o aumento das exportações. Além disso, a redução de 4,4% da estimativa de produção do cereal na safra mundial 2012/13, prevista no último relatório do USDA em relação ao de setembro, também sustentou a valorização do grão nos portos brasileiros.
No mercado interno, a paridade entre os preços nos portos e no interior do País favoreceu a demanda por parte das empresas domésticas. O preço médio da saca de 60 kg de milho valorizou 7,8% em Chapecó (SC) em outubro, negociada a R$ 33,44 no dia 31. Em Campinas (SP), o grão chegou a R$ 32,20/sc de 60 kg, elevação de 5,6% no mesmo período.
Considerando-se as carnes bovina, suína e de frango, a suína foi a que mais valorizou de setembro para outubro. Com o preço médio a R$ 4,77/kg em outubro, a carcaça comum suína apresentou aumento de 13,3% frente à média de setembro, em termos reais – os preços foram deflacionados pelo IPCA de out/12. O valor médio do frango resfriado esteve, em outubro,5,7% superior ao do mês anterior, enquanto o da carcaça casada bovina, 4,4% inferior ao de setembro.
As valorizações da carne suína estiveram atreladas aos reajustes do suíno vivo iniciados em meados de setembro. No encerramento do mês, no entanto, os preços da carne perderam sustentação na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea. Além da menor demanda pela carne nesse período do mês, a temperatura mais elevada diminuiu a disposição para o consumo de carne suína.
Outro fator responsável pela menor demanda foi a perda de competitividade da carne suína frente à bovina – vale lembrar que a carne bovina é preferida pelo consumidor brasileiro. Considerando-se a média de outubro/12, a carne suína está 25% mais barata que bovina, sendo que, em outubro/11, estava 37% mais barata, em termos reais.