Suinocultura
25/10/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am
A suinocultura mundial vive um dos períodos mais turbulentos da história. Há grande contraste de preços nas diversas regiões produtoras.
A avaliação é de analistas do Rabobank, um dos principais bancos voltados para o setor agropecuário. Os preços dos suínos vão continuar sob pressão neste início de quarto trimestre, mas voltam a subir no fim de ano.
Em algumas regiões, como o Brasil, o setor sente os efeitos da liquidação de rebanhos há alguns meses, quando os preços recuaram e os produtores perderam margem.
Em regiões como Coreia do Sul, Canadá e Estados Unidos, há queda devido à maior oferta de carne. Essa oferta ocorre devido ao verão muito quente nesses países e ao início de liquidação de rebanhos, provocada pelos elevados custos de produção.
Essa elevação de custos ocorreu devido à redução de oferta de milho e de soja nos Estados Unidos, país que passou por uma grave seca neste ano. Só as perdas com milho superaram 100 milhões de toneladas no Meio-Oeste norte-americano.
A partir de 2013, esse cenário de liquidação de rebanhos vai começar a fazer efeito sobre a demanda, provocando alta nos preços.
O Brasil não fica imune a essa situação. O valor da carne suína subiu no terceiro trimestre, mas o cenário para os produtores independentes é extremamente complicado, segundo o banco.
A alta de preço no trimestre anterior ocorreu devido à liquidação de rebanho no primeiro e no segundo trimestre deste ano. De junho a setembro, o preço do animal vivo subiu 50%, acima dos 30% da soja e do milho. Nesse mesmo período, a carne bovina subiu apenas 10%, segundo os analistas do banco.
Os preços devem continuar firmes neste último trimestre, devido à demanda sazonal de final de ano e às exportações, que têm reagido neste segundo semestre.
Os analistas do banco acreditam que as recentes liquidações de rebanho de produtores independentes e de pequenos e médios produtores integrados devem provocar uma queda da produção de carne para 3,39 milhões de toneladas me 2013 no Brasil. Neste ano, deve ficar em 3,45 milhões.