sucesso

30/10/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

Experiência de dois anos realizada por pesquisadores da Udesc teve sucesso com o nascimento de seis porquinhos in vitro

Nasceram ontem, no Centro de Ciências Agro Veterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), os primeiros Suínos do Brasil fertilizados in vitro. Eles são frutos de uma experiência que começou a 115 dias e teve acompanhamento de professores, alunos e mestrandos do Curso de Medicina Veterinária da instituição.

Segundo Alceu Mezzalira, professor de reprodução animal e pesquisador do projeto de fertilização in vitro e clonagem de Suínos, essa pesquisa começou há cerca de dois anos e houve duas tentativas. Uma, há um ano, não deu certo, pois a porca aguentou apenas 80 dias de gestação e abortou. Dessa vez, a tentativa deu certo apenas com uma das três porcas fertilizadas. Duas delas não conseguiram segurar a cria.

A porca que serviu de barriga de aluguel para os seis leitõezinhos recebeu, na verdade, 30 embriões, sendo que 15 deles in vitro e 15 de clonagem, que não deu certo. O gene clonado foi de uma raça quase extinta, conhecida por caruncho, que é um porco com muita gordura, mas não apresenta doenças. Por isso, o interesse em preservar a raça. Já os seis in vitro que deram certo não têm raça definida, são porcos comerciais que deverão ser abatidos quando alcançarem 100 quilos. O professor de Suinocultura José Cristani diz que não se tem registro de uma experiência como essa que deu certo no país. Segundo ele, Lages torna-se pioneira neste tipo de experiência.

– Esse projeto tem como objetivo principal e futuro acabar com a transferência de animais vivos. Isso por que esse transporte pode ser alvo de doenças e contaminação. A fertilização in vitro garante a biossegurança dos animais e de seus produtores.

Por dois dias, os leitões ainda deverão ser monitorados pelos acadêmicos que acompanham a experiência. Em 30 dias serão desmamados e seguiram para outro local, onde permanecerão em engorda até seguirem para o frigorífico.

Segundo Alceu Mezzalira, em 48 dias uma nova bateria de embriões deverá ser fertilizada com as duas modalidades (in vitro e clonagem). Se a clonagem der certo, mais uma vez, Lages será pioneira.