Socorro

11/07/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

Será publicado nos próximos dias o decreto do governo gaúcho que autoriza o diferimento de ICMS nas importações de milho e soja. Na prática, a medida zera o imposto de 12% até 31 de dezembro, antecipou o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi. A meta é dar competitividade à Avicultura e à Suinocultura, amenizando os efeitos da quebra de safra, que elevou os preços dos grãos, insumos básicos para ambos. Indústrias processadoras da oleaginosa também serão beneficiadas.
Para o diretor executivo do Sips, Rogério Kerber, este é um passo importante, mas que deveria vir acompanhado de um crédito presumido. Ele explica que, diante da escassez do produto no mercado interno, haverá gasto extra com logística. O diretor executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, encara a medida como um amparo em momento adverso. "É uma amostra ao governo federal de que são setores importantes para a economia e, por isso, merecem incentivos."

Novo fôlego para Suinocultura, cuja crise comercial levou municípios gaúchos e catarinenses a decretarem situação de emergência, deve vir amanhã do governo federal. A prorrogação para janeiro de 2013 das parcelas vencidas e vincendas neste ano e a criação de uma Linha de Crédito Especial, com juros menores, serão anunciadas pelo ministro da Agricultura (Mapa), Mendes Ribeiro Filho, em audiência pública, em Brasília. A União deve destinar R$ 200 milhões ao setor, o que permitirá a retirada de quase 3 mil animais do mercado. Contudo, para o presidente da Acsurs, Valdecir Folador, para superar a crise é preciso mais. "É soro na veia para quem está na UTI à beira da morte", comparou. Os suinocultores reivindicam medidas como garantia de renda e preço mínimo. Cerca de mil produtores, entre eles cem gaúchos, estarão em Brasília amanhã para protestar. O acampamento em frente ao Mapa terá churrasco de carne suína.

Ontem, o ministério confirmou que uma missão russa chega no dia 23 ao país para vistoriar exportadores de carne suína até 3 de agosto. O embargo, em vigor desde junho de 2011, afeta indústrias do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso.