Semana Mundial do Meio Ambiente: Combatendo a poluição de plásticos; fundamentos para a perspectiva animal

07/06/2018 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:41am

Em comemoração à Semana do Meio Ambiente, a Comissão Nacional do Meio Ambiente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CNMA/CFMV) redigiu artigo sobre “redução da poluição plástica e a melhoria da vida animal”.

Nesta época, o CFMV reforça o seu compromisso em exercer a Medicina Veterinária e a Zootecnia com o menor impacto ambiental possível, promovendo a saúde e o bem-estar único dos animais e da sociedade.

Confira o artigo:

Na Conferência promovida pela ONU em 1972, na Suécia, sobre o Ambiente, foi quando iniciou-se a percepção de uma visão básica comum sobre o enfrentamento do desafio de preservar e melhorar o ambiente humano. O dia 5 de junho, desde então é lembrado com uma plataforma de trabalho para o ano.

Os temas mais recentes para celebrar o dia do ambiente tem sido: “Sete bilhões de pessoas. Um planeta. Consuma com cuidado”; “Combate ao crime contra a vida selvagem”; “Eu estou com a natureza” e, em 2018, “Combatendo a Poluição com Plásticos”.

Evidentemente, que é preciso entender a ação antropogênica do homem entre as quais está o negócio e a demanda por plásticos no mundo contemporâneo. Os plásticos são materiais orgânicos poliméricos sintéticos, dotados de grande maleabilidade para adaptarem-se a distintas formas físicas. Os critérios internacionais separam os plástico em sete diferentes tipos de materiais (PET (1), PEAD (2), PVC (3), PEBD (4), PP (5), PS (6) e Outros (7)). Em adição, há o plástico oxi-biodegradável (criticado por não ser reciclável e gerar micro plástico residual) e os plásticos de amido e PLA (conhecidos como plásticos compostáveis). Esse conjunto de materiais tem aplicação em várias indústrias, entre as quais, aquelas relacionadas com a produção e vida animal, como: embalagens, agrícola, alimentar e farmacêutica.

Os plásticos correspondem a cerca de 11 % dos RSU e sua destinação é regulamentada pela lei nº 12.305, de 02/8/2010. Por sua vez, o decreto Nº 7.404/2010 e decreto nº 9.177/2017 regulamentam a referida lei e os aspectos da logística reversa, ligados a estruturação, destinação e reciclagem. Do ponto de vista de gestão pós consumo das embalagens de agrotóxicos, a logística reversa vai muito bem, pois cerca de 94% do total das embalagens primárias de agrotóxicos são coletadas. Em 2016 foram coletadas 44, 5 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos.

Mas, na produção animal e nos animais de estimação, como ficam as destinações de embalagens? – Tomando por exemplo, os frascos de 250 ml de vacina anti-aftosa, chegamos ao uso de cerca de 8 milhões de frascos por ano no Brasil. Mas, esses frascos são recolhidos e destinados? – E, o que inferir, já que não há estatísticas facilmente disponíveis, sobre embalagens de rações, pré misturas minerais e vitamínicos, aditivos técnicos, frascos plásticos de medicamentos/vacinas, etc.?

Sabemos que a coleta e reciclagem de RSU é deficiente, sendo bastante frequente a poluição plástica fora dos aterros sanitários. São depositadas em lixões, jogadas em rios, poluem aguas e bacias fluviais e finalmente alcançam os oceanos.

– E como poderíamos ajudar os animais, combatendo a poluição com plásticos?

Embora existam algumas iniciativas, desconhecemos programas mais consolidados de logística reversa nessa área. Por isso, referimos a Abrelpe no sentido de informar sobre o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, que com um rol de mais de 100 empresas, nove entidades representativas da indústria, dos canais de distribuição e dos agricultores, criaram o programa Campo Limpo, para realizar a logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos.  Portanto, as classes da Medicina Veterinária e Zootecnia; bem como, a indústria farmacêutica; de animais de estimação; de rações, em conjunto com os canais de distribuição, pecuaristas e governo, poderiam ter compromisso similar e em prol da Sustentabilidade.

Isso, traria retornos de imagem solidária com a sustentabilidade e poderíamos todos saudar a Semana do Meio Ambiente 2018, contribuindo e comemorando a redução da poluição plástica e a melhoria da vida animal.

 

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Assessoria de Comunicação do CFMV