SEM LAR

12/03/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am

Com aproximadamente 10 meses de idade, a onça parda Dodge, encontrada em julho do ano passado por um sitiante em São Miguel do Guaporé (RO), a 540 quilômetros de Porto Velho, continua no Centro de Triagem de Animais silvestres (Cetas) em Porto Velho, onde aguarda o interesse de zoológicos do país. Assim como Dodge, aproximadamente 30 animais, entre diversas espécies de macacos e Aves, também aguardam para serem tranferidos a instituições competentes credenciadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

Após chegar ao centro de triagem, a onça parda passou por um processo de enriquecimento ambiental para que começasse a desenvolver os seus instintos. Aos seis meses Dodge foi desmamado e passou a se alimentar exclusivamente de carne, sendo considerado apto para ser doado para instituições autorizadas.

A equipe do Cetas chegou a entrar em contato com zoológicos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, entre outros, mas não houve interesse. De acordo com o Veterinário Gilson Rios, possivelmente por já possuírem um animal da mesma espécie.

O Cetas também abriga um tucano e outras 13 Aves, entre papagaios e uma arara. "Muitos chegam aqui machucados. Nós fazemos o tratamento, recuperamos e reabilitamos para que ele possa ser solto na natureza", diz Rios. O Veterinário salienta que parte dos animais que chegam ao centro de triagem não pode ser devolvida a natureza devido ao contato com seres humanos, que faz com que acabem perdendo o instinto, podendo não se readaptarem ao seu habitat.

Sem interesse de zoológicos, os animais continuam no local até que o Ibama determine um destino para eles. No caso de Dodge, Gilson explica que a estrutura em que ele vive não é a ideal, mas foi projetada para suportar animais de grande porte. "O ideal seria um espaço maior, onde ele pudesse conviver com outros animais", explica Rios.

Entre os 13 macacos aptos para doação para zoológicos estão sete da espécie prego, três barrigudos, dois macacos da noite e um macaco-aranha. Alguns já estão no local há pelo menos três anos e devem permanecer até que o Ibama encontre um lar para serem destinados.