Saúde Animal
15/05/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:49am
Após um ano sem fazer campanha, o governo pretende nos próximos dias 19 e 26 imunizar 270 mil bichos no Distrito Federal
Quem tem cães e gatos como membros da família deve tomar os cuidados necessários para prevenir a raiva. Nos próximos dias 19 e 26, a Secretaria de Saúde realiza a campanha de vacinação antirrábica na área urbana do Distrito Federal. A expectativa é imunizar 270 mil animais nos quase 500 postos que serão montados em várias cidades. Depois dos 90 dias de vida do animal, quando a primeira dose deve ser aplicada, o dono tem de repetir o processo todos os anos.
A rotina não pode ser quebrada porque a raiva não tem cura e contagia o ser humano. A vacina é a única forma de prevenção. Os animais contaminados transmitem a doença por meio da saliva ou baba. No ano passado, 23.576 animais foram imunizados na área rural do Distrito Federal. No entanto, a campanha de vacinação realizada anualmente não ocorreu em 2011. O Ministério da Saúde, responsável por distribuir a antirrábica, só repassou as doses em dezembro, com exceção de alguns estados com surtos de Raiva Animal.
O Distrito Federal registrou, até hoje, apenas um caso de transmissão de raiva humana dentro de seus limites, ocorrida em 1978. Em 2011, um cachorro contaminado pelo vírus em Samambaia foi a última ocorrência animal. No perímetro urbano, cães, gatos e morcegos são mais suscetíveis à doença. Na área rural, a doença é mais frequente, principalmente entre mamíferos, como bois, cavalos, porcos e ovelhas.
De acordo com a diretora da Vigilância Ambiental (Dival), Regina Scala, a campanha deste ano precisa alcançar a estimativa proposta para suprimir o vácuo deixado no ano passado. "Em 2010, no último ano de vacinação, conseguimos apenas 49% de cobertura. Em 2011, não realizamos o mutirão. A obrigação em 2012 é subir esse número, que é baixo, para não ficarmos vulneráveis ao vírus", afirma. Segundo ela, tanto em 2011 quanto neste ano, a Vigilância Ambiental já diagnosticou morcegos com raiva em área urbana.
Para alcançar a meta, 1.725 vacinadores vão trabalhar, entre eles agentes da própria vigilância, comunitários de saúde, estudantes de veterinária, 70 voluntários e 50 militares. Os donos dos cachorros e gatos do DF podem verificar o ponto de vacinação mais próximo no site da Secretaria de Saúde. O ideal é aproveitar a ocasião, mas caso algum dono de cão ou gato perca a data, deve entrar em contato com a secretaria (telefone 3341-2456) para saber qual posto tem a vacina disponível. Só não pode ser vacinado o animal que estiver doente ou a fêmea que estiver prenhe.
Quando o assunto é a saúde dos bichinhos de estimação, a assistente judiciária Kamilla Camilo, 25 anos, não vacila. Ela ajuda a cuidar até mesmo de Zeca, o bulldog inglês do namorado. "É como se fosse da família, um companheirão. E como fica muito em contato com a gente, tudo que o Veterinário determina é seguido à risca", explica. Kamilla conta que Zeca fica tanto na casa dela quanto na do namorado e que os dois têm a mesma consciência quanto ao bem-estar dele.
Com os três gatos do psicólogo Bruno Schmidt, 27 anos, não é diferente. Ele estava no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (UnB) para fazer um ultrassom em Johnny, 7 meses, o mais novo da família. "Lá em casa, nós compartilhamos as tarefas, mas não deixamos os cuidados de lado. Em uma consulta eu levo, na vacinação é a minha irmã e assim a gente leva. Está tudo em dia", garante. Os animais também não têm o costume de sair de casa e, por isso, nunca tiveram problemas com doenças de rua.
Mesmo com toda essa atenção, Regina Scala lembra que o animal que apresentar mudanças no comportamento, parar de se alimentar, beber água, começar a babar, se recolher e ficar agressivo pode ter contraído a doença e deve ser levado imediatamente ao Veterinário.