SAÚDE ANIMAL

18/02/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am

Com o objetivo de suspender as restrições temporárias à compra da carne bovina brasileira, representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) visitam 11 países entre os meses de fevereiro e março. Essas nações impuseram restrições à carne devido à ocorrência de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) ocorrido no Brasil.

Vale ressaltar que, apesar das restrições desses países, as exportações de carne bovina em janeiro atingiram a cifra de US$ 409,2 milhões alta de 36% sobre o mesmo mês de 2012. As missões do Ministério da Agricultura iniciam a partir do dia 28 de fevereiro. O primeiro grupo formado pelo secretário de defesa agropecuária, Ênio Marques, e pelo diretor do Departamento de saúde animal, Guilherme Marques, visita Arábia Saudita, Bahrein, Catar e Omã. A outra equipe, constituída pelo diretor do Departamento de Negociações Sanitárias e Fitossanitárias, Lino Colsera, e o coordenador substituto de Combate às Doenças, Carlos Pizarro, dirige-se ao Egito, Jordânia, Líbano e Kuwait. Célio Porto, acompanhado da Coordenadora-Geral de Combate às Doenças, Denise Euclydes Mariano da Costa, forma a equipe que entre os dias 18 e 22 de março visita a Japão, China e África do Sul.

Na semana passada, o comitê científico da Organização Mundial de saúde animal (OIE) anunciou a manutenção do status do Brasil de risco insignificante para a EEB. Após uma sabatina com técnicos do Mapa, em Paris, o comitê científico afirmou que a identificação de um caso atípico, numa fazenda do Paraná, não coloca em risco a saúde animal ou dos consumidores dos parceiros do Brasil. O Instituto de defesa agropecuária de Mato Grosso (IndeaMT), responsável pelo controle da doença, garante que o Estado está livre do mal da Vaca Louca.

Conforme Ernani Machado Lima, gerente operacional de Controle do mal da Vaca Louca, do Instituto, o primeiro e único caso registrado no país foi este do Paraná. A expectativa do Governo Brasileiro é que as soluções sejam rápidas para os casos a partir dos esclarecimentos e da recente manutenção do status do Brasil como risco insignificante para a EEB pela Organização Mundial de saúde animal (OIE). "É importante esclarecer que o país é o maior produtor de bovinos do mundo com o reconhecimento desse status. E estamos falando de um Rebanho de 214 milhões de cabeças", acrescentou o secretário Ênio Marques.

De acordo com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), falta empenho do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para agilizar o fim do embargo.

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, diz que apesar dos países que estão embargando a carne brasileira comprarem volume pequeno, se for somar aumenta consideravelmente, já que corrresponde a 5% do que foi exportado em 2012. "Não podemos admitir que direitos sejam quebrados, a OIE é a entidade máxima de sanidade animal no mundo e na época do episódio que aconteceu no ano passado ela já havia mantido o estatus sanitário brasileiro, como de risco insignificante para o mal da vaca louca.

Sendo que agora ela ratificou. O que significa que tecnicamente não existe justificativa nenhuma para este embargo à carne brasileira.

Portanto, isso deve ser revertido diplomaticamente, caso não seja o Brasil tem todo o direito de recorrer a Organização Mundial do Comércio (OMC) para fazer valer os seus direitos"