Roedores
08/07/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am
Comprovadamente prejudicial aos sistemas respiratório e cardiovascular, a poluição também deteriora o sistema nervoso. É a conclusão de um estudo da Ohio State University publicado na revista Molecular Psychiatry. Segundo pesquisadores, evidências indicam que a poluição pode contribuir para o surgimento de doenças neurodegenerativas.
No experimento, um grupo de camundongos foi exposto a ar poluído e o outro, a ar filtrado. O nível da poluição foi semelhante ao encontrado nas grandes cidades dos países em desenvolvimento mais industrializados.
Após dez meses, os animais foram submetidos a testes comportamentais. Os ratos expostos à poluição estavam mais depressivos, ansiosos e com mais dificuldades de aprendizado.
"Os resultados sugerem que a exposição prolongada ao ar poluído tem visíveis efeitos negativos no cérebro", diz a autora do estudo, Laura Fonken. Para ela, essas conclusões têm implicações importantes para pessoas que vivem e trabalham em áreas urbanas.
Paulo Saldiva, médico da USP, recorda outros trabalhos que chegaram a resultados semelhantes. A relação entre moradia perto de corredores de tráfego e o aumento na prevalência de déficit de atenção e autismo em crianças já havia sido estabelecida por estudos epidemiológicos.
As crianças são mais vulneráveis a fatores ambientais, como a poluição do ar: até 40% das doenças pediátricas estão relacionadas a essas causas. A conclusão é de uma revisão de literatura médica desenvolvida pela Pontifícia Universidade Católica do Chile (PUC-Santiago) que foi publicada no mês passado pelo Jornal de Pediatria, veículo científico brasileiro.