Resposta

28/06/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:26am

Caro Editor,

Com relação à matéria vinculada neste prestigioso jornal, em 23/06 último, que diz que as ações governamentais em defesa agropecuária no Brasil têm sido apenas pontuais, gostaria de ressaltar a contribuição do Projeto "Inovação Tecnológica para Defesa a Agropecuária", que coordeno nacionalmente, pela Universidade Federal do Viçosa, com financiamento do CNPq e do Fundo Setorial do Agronegócio/MCT, com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Problemas e gargalos apontados, como o descompasso na capacitação de profissionais, laboratórios deficientes e fiscalização insuficiente, estão sendo tratados pelo projeto, a quase dois anos.

Demandado pelo do setor empresarial, o projeto foi estimulado pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do MAPA, e pelos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária, especialmente o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Já foi produzido um diagnóstico da Defesa Agropecuária brasileira, possibilitando a indução de melhorias, por meio da inovação tecnológica, em andamento. Na questão da formação de competências já induzimos a elaboração de oito mestrados profissionais, um dos quais já recomendado pela Capes e pronto para se iniciar. Em um país continental, estamos tratando de solucionar problemas de sanidade vegetal e animal por meio da articulação permanente das lideranças empresariais e dos órgãos da Defesa Agropecuária, pontuando os gargalos existentes. Também foi levantada a expertise brasileira no assunto, que pode ser vista no portal http://www.inovadefesa.com.br. Empresários ja constatam melhorias e tem acesso a tecnologias descritas, a um grande número de métodos de diagnóstico aplicáveis à Defesa Agropecuária. Nos próximos meses, serão realizados workshops de parceria para indução de inovação tecnológica. Ainda sobre o Projeto, gostaríamos de convidá-lo para fazer parte da Rede de Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária (http://inovadefesa.ning.com), um espaço criado pelo Projeto, que conta hoje com mais de 3 mil profissionais conectados, formando a comunidade da Defesa Agropecuária do Brasil, o que significa um grande avanço.

Gostaríamos ainda, Senhor Editor, de comentar sobre o Programa ‘Mais Ciência, Mais Tecnologia’, que, em 2008, lançou um edital com recursos de R$ 120 milhões visando ao desenvolvimento de tecnologias aplicadas à Defesa Agropecuária. Trata-se do maior edital temático já realizado pelo CNPq e cujos resultados trarão benefícios incalculáveis ao agronegócio brasileiro. Através do edital, estão sendo fomentados o estabelecimento e a consolidação de dezenas de centros colaboradores que ampliarão a rede de apoio laboratorial e de cursos que concorrerão para a melhoria na capacitação dos profissionais da área. São mais de 370 projetos sendo desenvolvidos em todas as regiões do país e foram recentemente apresentados na II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária. Nesse evento, mais de 1.800 profissionais representando o MAPA, os órgãos estaduais de Defesa Agropecuária, o setor privado, a pesquisa e a academia discutiram propostas para a melhoria.

Essas duas ações são estruturadoras e evidenciam o comprometimento do MAPA, do MCT, do ME e do setor privado para com a melhoria do sistema brasileiro de Defesa Agropecuária.

Evaldo Vilela
Coordenador Projeto Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária