Produção

13/09/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:06am

Este é o objetivo de um diagnóstico encomendado pelo Sistema FAMATO que começa a ser executado a partir deste mês (setembro). O presidente da Federação, Rui Prado, acredita que traçar o perfil da cadeia leiteira do estado é fundamental para a verticalização do setor. “O setor lácteo é um dos que mais crescem no estado. Para alavancar esta produção e ter melhores resultados, buscaremos na pesquisa o suporte necessário”.

O trabalho será coordenado pelo professor Sebastião Teixeira, da Universidade Federal de Viçosa (MG), que já realiza este tipo de estudo em várias regiões do Brasil. Ele explica que será feito um questionário a ser aplicado em campo, para avaliações quantitativas e qualitativas. Serão entrevistados 380 produtores das bacias leiteiras com maior aptidão produtiva – com destaque para Pontes e Lacerda, Guarantã do Norte, Araputanga, Rondonópolis e Terra Nova do Norte – no Estado.

“Vamos abordar todos os aspectos que a produção do estado nos permite. Será um trabalho árduo que, com certeza, irá nos mostrar a realidade do leite mato-grossense”, antecipa o pesquisador.

Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado na região Centro-Oeste do Brasil, Mato Grosso produziu 657 milhões de litros de leite em 2008, ficando atrás de Goiás, com 2.874 milhões de litros, e à frente de Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, que registraram 496 milhões de litros e 29 milhões de litros, respectivamente.

No entanto, num comparativo de evolução da produção (1998 a 2008), Mato Grosso cresceu 61,82%, enquanto que o índice de Goiás foi de 45,22%, de Mato Grosso do Sul, 16,16%, e do DF, uma baixa de 12,12%. “Mato Grosso tem potencial de atingir os mesmos índices dos maiores estados produtores do país. Por isso, temos que conhecer melhor nossa produção”, salientou Prado.

José Honorato, produtor na região de São José dos Quatro Marcos, é um dos que apostam no crescimento do setor. Em sua propriedade, onde o leite é a atividade principal, produz 500 litros por dia de um rebanho de 60 vacas. Ele acredita que o levantamento poderá contribuir para a profissionalização da atividade e ainda na regulação dos preços, que oscilaram de R$ 0,54 a R$ 0,92 o litro. Atualmente, a média é R$ 0,54. “Estaremos com as porteiras abertas, pois é disso que a atividade leiteira precisa para crescer, afinal nossa região é bastante dependente do leite”.

Além das propriedades rurais, também serão entrevistados diretores das maiores indústrias (cooperativas) laticinistas situadas nas regiões Oeste, Centro-Sul e Norte. Para o gerente da Aprendizagem Rural do Senar, Maciel Becker, o estudo auxiliará na identificação das maiores demandas pela qualificação de mão de obra, papel assumido pela entidade. “Precisamos saber quais são as especificidades de cada região para atuarmos de maneira mais incisiva na capacitação dos trabalhadores da pecuária leiteira”.

O diagnóstico é realizado pela FAMATO (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) e OCB-MT (Organização das Cooperativas Brasileiras).

Reforço de peso

A partir de agora, o setor lácteo poderá contar com mais um aliado na defesa da classe. No último dia 10 de agosto, durante reunião na Comissão de Pecuária de Leite da Famato, foi dado início à criação da Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite).

De acordo com o presidente da Comissão, Alessandro Casado, durante a reunião os integrantes fizeram a análise do estatuto, além da composição de uma diretoria provisória da nova associação, na qual será presidente. “O objetivo é fortalecermos o setor, pois o que percebemos é que hoje há várias ações isoladas, e com a criação da associação poderemos convergir todas as ideias e partirmos para atuações mais ordenadas”.

À frente da nova entidade, Casado prevê uma série de desafios, como melhorar a renda do produtor, estabelecer dispositivos de preço e por consequência melhorar a qualidade do produto. “Queremos congregar e fortalecer todos os produtores do estado, levando informações técnicas e orientando-os em diversos assuntos, como implantação de programas de incentivo específicos, por exemplo”.

A diretoria eleita fica à frente da associação até março de 2012, quando será realizada eleição para a diretoria definitiva. O estatuto e a ata de fundação serão registrados em cartório nos próximos dias. A Aproleite é composta por sindicatos rurais, entidades do setor e produtores individuais.

Sobre o Sistema FAMATO

A FAMATO – Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso é a entidade que reúne e representa os sindicatos rurais de todo o Estado. Sua estrutura organizacional também inclui o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) e o SENAR(Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso). Esse conjunto de entidades forma o Sistema FAMATO.