Primeiro Estado no Sisbi
05/04/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:27am
O Paraná é o primeiro estado brasileiro a ser incluído no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi). A portaria, assinada pelo secretário nacional da Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, no último dia 19, prevê a autorização para fiscalizar e credenciar agroindústrias para vender produtos animais em outros mercados do Brasil. Antes desta medida, apenas empresas submetidas ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) é que poderiam comercializar em outros lugares.
O Paraná estava se preparando para receber essa permissão, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), há alguns anos, desde que a lei número 5741/06, conhecida também como Lei Agrícola, passou a vigorar. Por meio desta medida, foi instituído o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e, dentro deste sistema, foram criados os três Sisbis: para origem animal, vegetal e de insumos. "Essa medida foi tomada porque houve um distanciamento entre os estados brasileiros no que tange às inspeções sanitárias. O Mapa estava com uma dificuldade em gerar essas inspeções. Para acabar com esse problema, veio esta lei", informa o chefe de inspeção e médico veterinário da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), João Carlos Rocha Almeida. Ele explica como o Estado conseguiu a inclusão obtida junto ao Sisbi. "O Paraná passou por quatro auditorias minuciosas do Mapa. Felizmente, reunimos todas as condições necessárias para ter a licença e nos orgulhamos de sermos o primeiro estado a ser incluído no Sisbi. Estamos montando um sistema uniformizado de informações em 20 núcleos para agilizar todo esse processo", afirma.
Com essa portaria, quem tem muito a ganhar são os pequenos e médios produtores, pois poderão buscar novos consumidores em outros estados. "Vamos citar, por exemplo, uma agroindústria familiar que produz queijos e salames. Para poder vender em outras partes do Brasil, havia a necessidade de investir um grande aporte de recursos para se adequar ao SIF, o que tornava inviável. Agora, basta ele estar adequado às normas estaduais, pois o selo de fiscalização do Paraná, por meio do Serviço de Inspeção Sanitária para Produtos de Origem Animal (SIP/POA), tem o mesmo efeito do expedido pelo SIF", explica Almeida. O veterinário diz ainda que a medida será muito benéfica para o Estado. "O Paraná vai ganhar divisas com isso, o nosso produto será bem visto, haverá valorização das empresas paranaenses, enfim, só iremos ganhar. Além disso, os outros estados que ainda não possuem essa homologação são obrigados a aceitar nossos produtos", garante.
O objetivo agora, segundo Almeida, é trabalhar para que as empresas e os municípios participem e incentivem essa ideia. "Queremos que todos partilhem desse sistema. Isso representa uma quebra de paradigmas de inspeção no Brasil. Acredito que a tendência é melhorar cada vez mais, pois o combate aos clandestinos será mais rigoroso e, consequentemente, iremos ampliar e garantir a qualidade dos nossos produtos", opina.