Presidente do CFMV fala sobre leishmaniose em seminário no Paraná

02/12/2016 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:46am

O presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Benedito Fortes de Arruda, ressaltou a importância do dever do médico veterinário no combate à Leishmaniose Visceral, uma zoonose que ainda mata centenas de pessoas todos os anos. O tema foi debatido no I Seminário Regional de Saúde Pública, realizado em Londrina (PR) na última quarta-feira (30/11), e promovido pelo Conselho Regional de Veterinária do Estado do Paraná (CRMV-PR).

“A Leishmania preocupa os profissionais da Medicina Veterinária”, ressaltou Arruda. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a doença se tornou um crescente problema de saúde pública, infectando mais de 3 mil pessoas anualmente no país.

"" Foto: CRMV-PR

Para Arruda, é importante que os métodos de prevenção e tratamento da leishmaniose recomendados sejam seguidos à risca pelos médicos veterinários “Tratar o tema com a profundidade, considerando seus aspectos científicos com ética e responsabilidade, é fundamental. A Medicina Veterinária é uma ciência e não pratica o ‘achismo’”, afirmou o presidente do CFMV.

Benedito Fortes de Arruda, ressaltou, ao falar ao público do seminário, como os médicos veterinários têm um compromisso com a Saúde Única. "Com o nosso conhecimento temos a obrigação de discutir essa zoonose que está crescendo desordenadamente no país. A leishmaniose visceral já é endêmica em Campo Grande, Belo Horizonte, Palmas, Maranhão e ontem mesmo tivemos a confirmação do primeiro óbito de um paciente em Porto Alegre. Uma criança", destacou.

A Leishmaniose Visceral foi o principal tema do seminário, que teve como público-alvo os médicos veterinários de Londrina e da região que atuam em clínicas veterinárias e nas secretarias de saúde dos municípios.

O evento teve como objetivo oferecer atualização aos profissionais nos seguintes temas: saúde, diagnóstico clínico, fluxo dos encaminhamentos de amostras e informações, aspectos jurídicos, abordagem aos proprietários de cães suspeitos e positivos para Leishmaniose Visceral.

O evento também ofereceu uma retrospectiva da leishmaniose visceral no estado do Paraná, onde, desde 2015, foram registrados 6 casos autóctones em humanos e 3 óbitos.

 

Sobre a Leishmaniose

A leishmaniose visceral é transmitida por um flebotomíneo, um inseto de apenas 3 milímetros que se assemelha a um mosquito. Ao picar um hospedeiro infectado, o inseto suga o parasito Leishmania infantum-chagasi, que pode ser então injetado em um novo hospedeiro quando o vetor se alimentar de sangue novamente. Os cães são considerados o principal reservatório urbano do parasito – isto é, eles não transmitem a leishmaniose, mas, se infectados, aumentam as chances de o inseto transmitir a doença para humanos e outros animais.

A zoonose era considerada uma doença de caráter eminentemente rural, mas nos últimos anos vem se expandindo para áreas urbanas do continente americano, tornando-se uma endemia em franca expansão geográfica. Entre os sintomas da doença estão a febre de longa duração, perda de peso, fraqueza muscular e anemia. Quando não tratada, a doença pode levar ao óbito em mais de 90% dos casos.

 

 

Assessoria de Comunicação do CFMV, com informações do CRMV-PR