Pesquisa
28/06/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:26am
Dois estudos publicados nesta quinta-feira nos Estados Unidos revelam grandes avanços na criação de um tecido pulmonar artificial. As descobertas poderão ajudar em futuros transplantes ou em testes de novas drogas.
Em um dos estudos, pesquisadores da Universidade Yale, em Connecticut, implantaram um tecido pulmonar criado em laboratório em ratos que funcionou como tecido natural, permitindo que os animais respirassem e transferissem oxigênio para as células.
No outro, cientistas da Universidade Harvard, de Massachusetts, desenvolveram um pequeno dispositivo pulmonar a partir de tecido humano e de materiais sintéticos, a fim de testar o efeito de toxinas ambientais e o funcionamento de novas drogas.
Os dois estudos salientam os avanços no desenvolvimento de tecidos artificiais, que combinam materiais sintéticos e células humanas para funcionarem como órgãos naturais
“Este é um primeiro passo na regeneração de pulmões inteiros para animais maiores e, eventualmente, para humanos”, disse Laura Niklason, pesquisadora da Universidade de Yale, cujo estudo foi publicado na revista “Science”.
Já a equipe liderada por Donald Ingber, de Harvard, escolheu uma abordagem totalmente diferente. O dispositivo que o grupo inventou, do tamanho de uma ervilha, funciona como os alvéolos (sacos de ar do pulmão, que transferem oxigênio para o sangue por meio de uma membrana).
O dispositivo tem três partes – células pulmonares, membrana permeável e um pequeno vaso sanguíneo ou células capilares. Tudo fica armazenado em um microchip.
Em um teste, o grupo colocou uma bactéria no alvéolo, e provou que células sanguíneas poderiam invadi-lo para combater a infecção, como numa reação imunológica normal, disse Ingber por telefone.
A equipe ainda não conseguiu promover trocas gasosas, função essencial dos alvéolos e do pulmão como um todo.