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10/09/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:43am
Pesquisadores japoneses mapearam pela primeira vez a distribuição dos músculos do corpo do guepardo, considerado o animal mais veloz do mundo.
O objetivo é analisar como o mamífero consegue atingir velocidades recordes em pouco tempo.
Ao comparar os músculos do guepardo com os de animais domésticos, como gatos e cachorros, a equipe de cientistas japoneses constatou a capacidade especial de propulsão dos músculos de suas patas traseiras.
Os resultados, publicados no jornal “Mammalian Biology”, analisam como os músculos de animais domésticos se comparam aos do mamífero terrestre mais veloz do mundo.
“O estudo dos músculos é indispensável para entendermos a corrida do guepardo”, explicou a Naomi Wada, coautora do estudo e professora de Fisiologia na Universidade Yamaguchi, no Japão.
“Cada músculo é associado a uma atividade específica”, acrescentou.
O estudo mostrou que a fibra muscular nomeada de Tipo I produz uma pequena força resistente à fadiga. Esse músculo é utilizado para manter a postura e a caminhada lenta do animal.
Já a fibra Tipo IIa foi atribuída a um andar mais rápido e ao trote, enquanto que a Tipo IIx ou “veloz” é a chave para uma corrida veloz e para o galope dos guepardos.
Ao mapear a distribuição das fibras e dos músculos no corpo dos guepardos, os cientistas podem chegar mais perto de desvendar a técnica impressionante de corrida dos felinos.
“A diferença funcional entre os músculos das patas traseiras e dianteiras é o fator mais marcante nos guepardos”, disse Wada.
“Os músculos dianteiros têm muitas fibras do Tipo I. É a maior incidência entre os três animais analisados. Os músculos das patas traseiras têm muitas fibras Tipo IIx”, acrescentou.
Carros de tração traseira – De acordo com a pesquisadora, os resultados obtidos pela equipe revelam que a força vem das patas traseiras dos guepardos, assim como os carros de tração traseira.
A maioria dos automóveis não se equipara à aceleração dos guepardos, que vai de zero a 96,5 km/h em menos de três segundos.
Estudos anteriores mostraram que as longas passadas dos gatos são a chave para sua habilidade. Com membros longos e flexíveis, as chitas passam mais da metade da corrida no ar.