PESQUISA

12/05/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:20am

A Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, no campus de Pirassununga, inaugurou em abril uma nova unidade de pesquisa dedicada àavicultura.

Com capacidade para 1.200 animais, distribuídos em uma área de 240 metros quadrados, a unidade serve de base para pesquisas de professores e alunos de graduação e pós-graduação, tendo como foco a nutrição animal.

O novo espaço trabalha com galinhas de corte. Nele são testados aditivos para a ração dos animais, com substâncias como ácidos orgânicos, aminoácidos, enzimas, antioxidantes e outros. Alterações na ração podem trazer significativos efeitos na carne e também na carcaça do animal – o que interfere em seu valor de revenda.

A unidade é subdividida em 40 baias. A compartimentação possibilita a realização de diferentes experimentos, seguindo uma rotina habitual no universo científico: enquanto um grupo de indivíduos é submetido a um teste, o outro permanece com seu cotidiano inalterado, para que aí se verifique se as substâncias ministradas realmente estão apresentando efeitos, e se estes efeitos são positivos. Cinco experimentos podem ser feitos de forma simultânea no novo aviário.

Por ser um aviário de caráter experimental, o espaço tem também uma diferença “arquitetônica” entre os utilizados com finalidade comercial – a separação entre as baias é feita por uma cortina plástica. Neste sistema, aumenta-se a visibilidade do que é feito em todos os compartimentos, aumentando assim a compreensão dos processos que ocorrem no aviário como um todo.

Setor

Se o agronegócio é um dos ramos mais importantes da economia nacional, a avicultura decerto contribui de maneira significativa para tal condição. O Brasil é um dos principais – senão o maior – produtor e exportador de carne de frango em todo o planeta. Apenas no mês de março, o país exportou mais de 340 mil toneladas de carne, nas modalidades inteiro, corte, industrializados e carne salgada, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Com este cenário, nada mais natural que a Universidade se preocupe em produzir conhecimento ligado ao tema. Segundo o professor Douglas de Faria, diretor da FZEA e que também é o coordenador da nova unidade de pesquisa, dispor do espaço “é uma grande vantagem que a Universidade tem”. Para o docente, a nova unidade possibilita aos alunos da unidade um contato direto com a aplicação de técnicas de ponta, bem como a observação dos efeitos destes experimentos. “Os alunos têm a oportunidade única de acompanhar todo o trabalho científico”, ressalta Faria.

“Pelo fato de nossa unidade ter cursos de caráter bem profissionalizante, espaços como este, de pesquisa aplicada, são fundamentais”, conta o diretor. A FZEA tem cursos de graduação de zootecnia, engenharia de alimentos, engenharia de biossistemas e medicina veterinária.

O novo espaço é fruto de uma parceria entre a FZEA e a empresa Novus, do ramo de nutrição animal. Pelo convênio estabelecido, a Novus financiou integralmente a construção da unidade (o que corresponde a R$ 170 mil, segundo o professor Douglas de Faria) e terá como contrapartida a realização de 18 experimentos no local. Ao término destas atividades, o aviário passa ao controle total da FZEA e é integrado ao patrimônio da Universidade.