Pesquisa

11/04/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:20am

O Cnpq está fazendo uma consulta eletrônica com 40 mil pesquisadores brasileiros e outros profissionais do governo

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) está fazendo uma consulta eletrônica com 40 mil pesquisadores brasileiros e outros profissionais do governo e da iniciativa privada para redefinir o posicionamento estratégico da instituição no processo de expansão e consolidação do chamado Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

O questionário, enviado pela internet para ser respondido até o dia 17 de abril de 2011, inclui questões em sete tópicos: modelo de gestão; avaliação, acompanhamento e indicadores; integração com parceiros e proatividade; compromisso social; transversalidade; e internacionalização da pesquisa e inovação.

"Nós precisamos aperfeiçoar nossa atuação, olhar para o futuro e interagir forças, pois há vários atores que participam do sistema", disse Rita Scardine, chefe da Assessoria de Planejamento do CNPq. Segundo a técnica, a intenção é melhorar a qualidade da gestão, aumentar o impacto e a relevância das pesquisas financiadas e garantir a sustentabilidade dos projetos.

Para ela, o reposicionamento estratégico é uma necessidade dos tempos. "O modelo de governança precisa ser melhorado, mudou o paradigma do sistema. Um plano de ciência, tecnologia e inovação tem que identificar metas compartilhadas entre diversas partes e tem que atender demandas além da academia", disse ao incluir na consulta instituições da sociedade civil e agências semelhantes ao CNPq em outros países.

A expectativa de Rita Scardine é que os resultados do questionário sejam tabulados em um mês após o término da aplicação. Além da pesquisa eletrônica, a avaliação envolverá a realização de entrevistas aprofundadas com especialistas em ciência e tecnologia, inovação, pesquisa e desenvolvimento; a formação de grupos de trabalhos; e a apresentação de papers (relatórios científicos).

O levantamento situacional do CNPq é feito pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), uma organização social (OS) que tem contrato de gestão com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e tem como objetivo, segundo decreto presidencial, a promoção e realização de estudos e pesquisas; avaliação de estratégias e de impactos econômicos e sociais das políticas, programas e projetos científicos e tecnológicos.

BANCO PÚBLICO

O Banco Central já deu a autorização prévia (carta patente) para que a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) se transforme em um banco público para financiar empresas e instituições de pesquisa que desenvolvam projetos de inovação. A mudança deverá demorar de dois a três anos.

Com a alteração de status, a financiadora funcionará como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e poderá levantar mais recursos para empréstimos e captar mais verbas do que as que são destinadas hoje à área pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

A informação foi dada esta semana em Brasília pelo assessor especial do Ministério da Ciência e Tecnologia, Reinaldo Ferraz, durante seminário sobre inovação e competitividade no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Apesar do contingenciamento de mais de R$ 50 bilhões, anunciado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para toda a administração federal, a Finep conseguiu este ano aumentar em 50% a sua previsão orçamentária (chegando a R$ 6 bilhões). O dinheiro foi obtido com o aporte de mais R$ 1,75 bilhão do Programa de Sustentação do Investimento (PSI, do BNDES) e mais R$ 220 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Os recursos do PSI serão usados para contratar até julho cerca de 120 projetos de pesquisa e desenvolvimento. As prioridades são para projetos de energia, saúde, tecnologia da informação e comunicação, tecnologia aeroespacial, defesa, produção de novos materiais, sustentabilidade ambiental e biodiversidade.