Pesquisa
11/06/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:26am
Situadas em quatro propriedades leiteiras da área de abrangência da cooperativa Sete Lagoas, a 70 quilômetros de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, unidades observacionais comprovam a viabilidade do uso racional de antiparasitários para reduzir o número de tratamentos e variações de drogas utilizadas nos rebanhos. A maximização do tempo de vida útil desses inseticidas seleciona menos insetos resistentes, diminui a manipulação de substâncias tóxicas e gera grande economia para todos os integrantes do setor produtivo.
Professor titular da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Romário Cerqueira Leite explica que a linha de pesquisas compreende ainda outros dois sub-projetos, dedicados ao efeito das perdas naturais da adubação nitrogenada das pastagens no controle de parasitas, bem como à eficácia dos equipamentos utilizados em campo. Conduzidos também nos municípios mineiros de Coronel Pacheco e Igarapé, os experimentos avaliam a atuação da amônia restante da fertilização na eliminação dos parasitas que caem no solo e norteiam o protocolo de utilização do maquinário rural.
Estamos adubando em sistema rotacionado intensivo com grande carga animal. Após a retirada do animal para troca de piquete diária, no momento em que a umidade relativa está alta se faz o processo. Esse piquete ficará em descanso durante o ciclo normal do capim, de 27 a 35 dias. Então, ocorre a perda natural de ureia através do gás de amônia. Tentamos aproveitar para eliminar os carrapatos e fazer a limpeza do pasto. As informações apuradas com a pesquisa acerca do manejo das máquinas devem resultar em dados a serem disponibilizados pelo sistema de extensão rural — diz ele.
De acordo com o parasitologista, a ineficiência do sistema atual se deve à carência de políticas públicas voltadas para a atividade. Campanhas para orientar o combate, manipulação adequada e testes prévios para verificar a efetividade dos produtos químicos estão entre as principais recomendações do professor aos criadores.
O maior benefício é a utilização correta da tecnologia disponível. Nós estamos produzindo novas técnicas que se perdem pelo mau uso. A racionalização dessas drogas são benéficas para todos os integrantes da cadeia produtiva. A indústria lucra porque não precisa investir tanto na produção de novas drogas. O produtor otimiza as aplicações por períodos mais prolongados. O meio ambiente ganha por não receber resíduos extraordinários. O consumidor tem acesso a produtos de boa qualidade e os animais ficam menos expostos a elementos tóxicos — conclui.