pesquisa

25/02/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:20am

Cérebro da fêmea do macaco capuchino fica mais ativo quando ela sente o cheiro da urina dos machos
Um estudo recém-divulgado afirma que o hábito de macacos capuchinos de esfregar urina na pele é uma tática para atrair a fêmea da espécie.

A pequisa divulgada na publicação especializada American Journal of Primatology mostrou que os cérebros de fêmeas dos capuchinos ficam mais ativos quando elas sentem o cheiro de urina de machos maduros sexualmente.

A conclusão dos autores do estudo é que os macacos passam a urina para atrair as fêmeas e mostrar que estão disponíveis.

”Como as fêmeas capuchinas quando estão férteis solicitam mais ativamente os machos, concluímos que o banho de urina por parte dos machos fornece a informação química que as fêmeas precisam a respeito de seu status sexual ou social”, disse à BBC a primatologista Kimberley Philips, da Trinity University, na cidade de San Antonio, nos Estados Unidos.

Vários símios, entre eles o bugios, macacos-esquilo e algumas espécies de macacos-prego, utilizam a prática de urinar na palma da mão e em seguida esfregam a urina nos pés e no traseiro.

Até então, cientistas especulavam sobre os possíveis motivos do ”banho de urina” a que os macacos se submetiam. Entre as hipóteses levantadas estava a de manter a temperatura do corpo ou permitir que cada um se identificasse a partir do cheiro.

Cérebro
A pesquisa, afirma a primatologista, mostrou que ”quando solicitados pela fêmea, os adultos do sexo masculino aumentam o uso de ‘banhos de urina”’.

A pesquisa realizada por Kimberley Philips e outros pesquisadores se valeu de scanners de ressonância magnética que acompanhavam a reação do cérebro das fêmeas e as modificações que eles sofriam após elas farejarem a urnina dos machos adultos e mais jovens.

Como os machos adultos são sexualmente maduros, eles expelem uma maior concentração de hormônio masculino testosterona em sua urina.

A concentração de testosterona também está ligada ao status social do animal. Machos com status mais elevado em comparação com os demais tendem a produzir mais testosterona.

”O cérebro da fêmea capuchina tende a reagir de maneira diferente em relação à urina dos adultos machos e à dos machos mais novos”, afirmou Kimberley Philips.

”Nós acreditamos que isso é usado como uma forma de comunicação para passar status social ou sexual.”

A pesquisadora disse ser surpreendente que os macacos capuchinos utilizam tais procedimentos, uma vez que a espécie não é conhecida por se comunicar através do olfato.