Pesquisa

21/02/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:20am

O curso de Medicina Veterinária da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), em parceria com a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), vai desenvolver o projeto Incidência, caracterização, quadro experimental e tratamento do Leite Instável Não Ácido em Santa de Santa Catarina.

O projeto, que será desenvolvido ao longo de 24 meses, analisará e estudará o chamado leite instável não ácido, conhecido também pela sigla LINA. Este leite muitas vezes acarreta prejuízo para o produtor, pois, mesmo não sendo, acaba aparecendo nos testes feitos como "ácido", o que é fator de rejeição para ser utilizado pelas empresas que comercializam leite.

Pesquisas anteriores demonstraram que nem sempre o leite identificado como ácido nos testes que as empresas distribuidoras fazem no produto coletado dos produtores apresenta realmente esta característica. Esses estudos indicam que o produto falso positivo ocorre por diversas causas, entre elas: dieta desbalanceada das vacas leiteiras, além de fatores genéticos e animais que passaram por uma longa lactação.

Muitos pesquisadores que já se dedicam ao assunto em outros estados. Em Santa Catarina, onde o problema também ocorre, ele nunca foi estudado. Por isso, o projeto que reúne as três universidades iniciará com o monitoramento de 50 propriedades leiteiras da bacia leiteira do Vale do Braço do Norte, no sul do Estado.

O resultado esperado é que, ao final do projeto, os pesquisadores possam municiar os produtores com informações a produtores e indústrias sobre o melhor aproveitamento do leite.

O professor Peter Johann Bürger, coordenador do curso de Medicina Veterinária da Unisul, lembra que os principais fatores que limitam a eficiência dos sistemas de produção da Região Sul estão relacionados ao manejo da alimentação, da reprodução e da sanidade dos rebanhos, bem como à qualidade do leite. Isto ocorre especialmente entre os pequenos produtores e acarreta a redução de seus rendimentos com a atividade.

O professor e pesquisador André Thaler Neto, da Udesc, salienta: "Com a pesquisa, espera-se chegar a soluções que possam reverter esse que é um dos principais problemas que atinge toda a cadeia produtiva do leite. O produtor acaba tendo seu leite descartado, a indústria tem uma diminuição do rendimento industrial dos derivados lácteos e também o país deixa de exportar, por ter na falta de qualidade do produto uma barreira não-tarifária".