Perda

17/05/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:26am

O incêndio que atingiu o laboratório de répteis do Instituto Butantan, na Zona Oeste de São Paulo, no início da manhã de sábado (15), destruiu um dos principais acervos de cobras, aranhas e escorpiões para pesquisas do mundo e o maior do Brasil. Mais de 70 mil espécies conservadas foram queimadas no local. Os bombeiros foram chamados e controlaram as chamas. Ninguém ficou ferido.

As causas do incêndio ainda estão sendo apuradas. Uma perícia irá determinar o que pode ter provocado o fogo.
Para entrar no laboratório, os bombeiros tiveram que quebrar as paredes. No fim da manhã, ainda havia alguns focos de incêndio no local. Quando o fogo começou, o prédio estava vazio. “Precisamos afastar as pessoas porque havia risco de o prédio desabar”, afirmou o capitão dos bombeiros Miguel Jodas. Nove equipes dos bombeiros foram ao local.

Cobras, aranhas e escorpiões
As chamas atingiram o prédio onde cientistas faziam pesquisa com cobras, aranhas e escorpiões. Os animais já mortos eram conservados em formol. As perdas ainda estão sendo contabilizadas, mas já se sabe que o incêndio destruiu o maior acervo de cobras do país.

Ainda abalado, o curador do instituto diz que a perda é incalculável. “São cem anos de história. Não sei dizer mais nada”, disse Francisco Franco, curador da coleção.
Ainda há fumaça saindo do prédio de 600 metros quadrados. Os animais vivos, como aranhas, foram retirados e levados para um local seguro.

O Instituto Butantan é um centro de pesquisas biomédicas localizado no bairro do Butantã. Foi fundado em 23 de janeiro de 1901 e é responsável pela produção de soros e vacinas. Conta com parque, museus, bibliotecas e serpentário.

O instituto é também um órgão da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. A assessoria de imprensa do Butantan informou que está no local do incêndio fazendo um levantamento sobre os prejuízos.

Nota oficial do Butantan

Em nota, o Instituto Butantan divulgou que, “segundo informações preliminares prestadas pelos Bombeiros, não havia no prédio qualquer problema relacionado às instalações que possa ter originado o incêndio”.

O órgão também informa na mesma nota que “o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, esteve pela manhã no Butantan, e conversou com o diretor do instituto, Otávio Mercadante. Ele solicitou que a instituição elabore imediatamente um projeto para a recuperação do prédio. A Secretaria de Estado da Saúde já se colocou à inteira disposição do Butantan para recuperar o local.”

Em razão do incêndio, o Instituto Butantan só vai reabrir para a visitação do público na segunda-feira (17), “exceção feita aos museus, que rotineiramente ficam fechados às segundas.”