PARANÁ

17/01/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am

Mesmo com elevação de custos, estado aumentou produção em 2012, na contramão do mercado nacional, que pisou no freio e recuou nas exportações

Depois de registrar uma onda de crescimento contínuo por 11 anos, a Avicultura nacional recuou em 2012. O saldo final do setor, segundo a União Brasileira de Avicultura(Ubabef), apontou queda de 3,17% na produção em relação a 2011. O fato é justificado pela alta nos custos dos insumos ? grãos de milho e soja, usados na alimentação dasAves ? e que pôs as empresas em crise, exigindo readequação nos abates para equilibrar oferta e demanda.

Na contratendência, os números do Paraná mostram que o estado contornou a crise e melhorou seus indicadores, fato que estimulou os frigoríficos a continuarem investindo, uma aposta no crescimento do consumo e das vendas.

INFOGRÁFICO: Confira a diferença entre Paraná e Brasil nas exportações de carne de frango

Os números da Ubabef consideram que foram produzidas 12,6 milhões de toneladas, puxadas sobretudo pelo Paraná, que respondeu por 29,7% dos abates no país. E embora o Brasil não tenha perdido a posição de maior exportador de Aves (com 39,7% com comércio internacional), o valor das vendas caiu. As negociações somaram US$ 8,3 bilhões, 5,5% menos que em 2011. Considerando apenas frangos, foram R$ 7,7 bilhões, -6,6%. Para 2013, a Ubabef prevê alta de até 3% tanto na produção quanto nos abates de frango.

Paraná

O estado não reduziu a produção porque estava mais preparado para enfrentar a crise e, nos últimos meses de 2012, ampliou resultados, segundo Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar). ?O setor se reorganizou e voltou a ser vigoroso. Vamos conseguir produzir mais frango em 2013, e a preços compatíveis com o mercado?, avalia. Em 2012, houve alta de 7,8% nas exportações e de 0,9% nos abates, conforme relatório divulgado ontem.

Embora o mercado interno tenha respondido por 69% do consumo, a aposta de 2013 é aumentar os embarques para o exterior, prevê o presidente da Ubabef, Francisco Turra. ?Neste ano, queremos melhorar a qualidade da exportação de carne de frango, com embarques de mais valor agregado?. Em 2012, os alimentos processados, mais caros, integraram apenas 5% da pauta de exportações, enquanto os cortes de frango representaram 55%.

Martins não acredita em uma nova alta nos custos, graças à perspectiva de safra recorde de grãos nesta temporada. ?Há expectativa de crescimento na safra de grãos, então não deve haver escassez. A especulação ocorre quando existe a possibilidade de faltar produto?, explica. Ele também lamenta a quebra de empresas do setor devido à crise. ?Se o governo tivesse dado apoio desde 2008, talvez nenhuma empresa tivesse ficado pelo caminho.?

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