O desenvolvimento das competências humanísticas é assunto de artigo do presidente do CFMV na Revista Cães e Cia

18/03/2016 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

No artigo publicado na edição de março da revista Cães e Cia, o presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Benedito Fortes de Arruda, abordou a necessidade do desenvolvimento das competências humanísticas juntamente com as competências técnicas. Confira:

Ajudando a formar os veterinários do futuro

Um projeto do Conselho Federal de Medicina Veterinária ajuda a formar veterinários mais críticos, reflexivos e influentes na sociedade

É normal que surjam questionamentos sobre a carreira profissional quando se busca formação. Entre as principais dúvidas, uma se refere ao perfil que será exigido dos profissionais nos próximos anos. Outra tem a ver com as maneiras de conciliar a satisfação no trabalho com a satisfação pessoal. Sem falar em tantas outras inseguranças, como as sobre o mercado futuro das profissões e a remunerações que poderão proporcionar.

Múltiplas áreas

Para quem pensa em se tornar médico veterinário, há diversas oportunidades. Para citar algumas, é possível atuar em clínica, laboratório, produção animal, saúde pública, inspeção de produtos de origem animal e meio ambiente, entre outras. Em todos esses segmentos, porém, a tendência é sempre a mesma: a de serem valorizados os profissionais que oferecem mais do que simplesmente bons conhecimentos técnicos.

A boa notícia é que as faculdades de veterinária contam há 4 anos com apoio para formar profissionais mais críticos, flexíveis e com conhecimentos gerais mais amplos, conforme se espera dos profissionais do futuro. Trata-se do Projeto Estratégias de Ensino – Aprendizagem desenvolvido pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).

Atitudes valiosas

Uma parte importante das competências desejadas no profissional do futuro tem a ver com as posturas pessoais. Por exemplo, estar sempre à procura de novos conhecimentos, seja por meio de cursos dos mais diferentes tipos, seja pela absorção dos ensinamentos obtidos com a experiência ao longo do tempo. Contam pontos também a adaptabilidade e a capacidade de se inserir socialmente, de agregar valor ao contexto cultural, social e econômico do ambiente onde o profissional atua. Essa é uma forma de conciliar a satisfação profissional com a pessoal. Outra postura esperada do profissional de Medicina Veterinária é a que mostra compreensão de que a saúde é um todo, em que cada parte interfere nas demais.

Multiespecialista

Ao mesmo tempo, espera-se do médico veterinário do futuro uma boa cultura geral, com competências humanísticas e com capacidade para tratar os problemas com abordagem holística, integral. Faz parte do pacote saber liderar, ou seja, influenciar indivíduos ou grupos a realizar tarefas. Outra vantagem competitiva é saber se comunicar, apresentar ideias e construir textos. Há ainda a capacidade para tomar decisões, traçar objetivos e acompanhar a implementação de ações, além de gerir com eficiência pessoas e recursos.

Ensino ampliado

 Todas essas competências estão em consonância com o que preconiza a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) bem como com as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Medicina Veterinária.

Pelo quarto ano consecutivo, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) desenvolve o Projeto Estratégias de Ensino – Aprendizagem em parceria com instituições de ensino superior interessadas. O objetivo é ajudar a capacitar os professores para o uso de técnicas e estratégias sem necessidade de introduzir novas disciplinas. O sistema influi na apresentação do conteúdo aos alunos, ao mesmo tempo em que trabalha competências técnicas e humanísticas.

 A proposta desafia os professores a modificar o formato expositivo das aulas e os alunos a serem participativos. O resultado da parceria é a formação de médicos veterinários com conhecimento técnico capaz de corresponder às demandas sociais, tecnológicas e ambientais que se apresentam.

 Sem esquecer que o desenvolvimento das competências humanísticas não está restrito apenas à formação universitária. Cabe ao profissional fazer autoavaliação e buscar aperfeiçoamento sempre que necessário.

Como resultado, teremos médicos veterinários exercendo suas atribuições com ética, excelência e legalidade, contribuindo para a segurança, saúde e bem-estar da sociedade, do meio ambiente e dos animais.

Por Benedito Fortes de Arruda, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)