Novo método acelera diagnóstico da doença da vaca louca
05/11/2018 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:34am
Desde 24 de setembro de 2018, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) alterou a forma de conservar amostras para investigar encefalopatias espongiformes bovina (EEB), popularmente conhecida como vaca louca em bovinos, bubalinos, caprinos.
Segundo o Memorando-Circular nº 57 do Mapa, todas as amostras de bovinos para investigação de síndrome neurológica deverão ser encaminhadas aos laboratórios de diagnóstico apenas resfriadas (frescas ou congeladas).
Vantagens
Para o médico-veterinário que está em campo, o que muda é que ele só precisará levar caixa isotérmica, frasco estanque e bateria de gelo reciclável em quantidade suficiente para manter a amostra congelada.
A vantagem é que não haverá mais manipulação de formol pelo médico-veterinário que está em campo, nem pela equipe envolvida no transporte das amostras, tampouco pelos técnicos do laboratório.
No laboratório, as amostras serão submetidas ao teste de triagem de Elisa. Com esse método, o resultado é emitido mais rápido, reduzindo cerca de 50% do tempo comparado à técnica de Imunohistoquímica (IHQ), e aumentando em 5 vezes a capacidade operacional do laboratório.
Conforme a Organização Mundial para Saúde Animal (OIE), a técnica de Elisa é mais recomendada para as políticas de erradicação e vigilância das doenças EETs. Este teste será utilizado apenas para confirmar resultados positivos no Elisa, se necessário
Além de reduzir a produção de resíduos laboratoriais e minimizar a manipulação de agentes tóxicos para o homem e ao meio ambiente, a mudança no método de diagnóstico agiliza a vigilância das EET, de forma a atender com mais eficiência ao Programa Nacional de Prevenção e Vigilância da Encefalopatia Espongiforme Bovina (PNEEB).
Entenda o trabalho do laboratório
O Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco (Lanagro/PE) é o único laboratório oficial do Mapa a realizar o diagnóstico de EETs de rotina, subsidiando as ações da vigilância das Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis, em atendimento ao PNEEB.
A vigilância das EETs é realizada pelas técnicas de Elisa (como triagem) e IHQ (como confirmatório). O Lanagro/PE mantém os dois escopos acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
A técnica de IHQ para detecção de proteínas priônicas é realizada em amostras conservadas em formol. Entretanto, o formol é um produto tóxico podendo causar problemas ao manipulador, além de gerar resíduo químico tóxico para o laboratório.
O formol inviabiliza o processamento na técnica de triagem de Elisa e dificulta o processamento em outras técnicas, como no caso de amostras identificadas como positivas na IHQ, as quais devem ser remetidas para classificação em laboratórios de referência da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal).
As amostras frescas (congeladas) colhidas para processamento pela técnica de triagem de Elisa, necessitam de gelo para a conservação, não produzem resíduo tóxico e permite processamento em outras técnicas classificatórias.
Desde de 26 de março de 2015, conforme memorando 267/2015 DSA, as amostras encaminhadas de Vigilância de Matadouros são colhidas e enviadas congeladas e processadas pela técnica de Elisa. A mudança na forma de conservação das amostras colhidas no campo ocorreu somente em setembro de 2018.
Encefalopatias espongiformes bovina (EEB) é uma doença degenerativa fatal e transmissível do sistema nervoso central, com longo período de incubação, causada por uma proteína infecciosa, denominado príon.
O Memorando-Circular nº 57/2018/DSA/SDA/MAPA que informa sobre a alteração da conservação de amostras de campo para vigilância das encefalopatias em atenção ao Memorando nº 1072/2018/DLAB-PE/LANAGRO-PE/CGAL/MAPA/SDA/MAPA.
Nesse sentido, temos:
1. Que a partir desta data todas as amostras de bovinos para investigação de síndrome neurológica (raiva e encefalopatia espongiforme bovina- EEB) deverão ser encaminhadas aos laboratórios de diagnóstico apenas resfriadas (frescas ou congeladas).
2. Que amostras enviadas em formaldeído não serão processadas, uma vez que não será mais realizado o diagnóstico diferencial para doenças priônicas por técnica de imuno-histoquímica.
3. Que as amostras que resultarem negativas para raiva deverão ser remetidas resfriadas pelos laboratórios ao LANAGRO Pernambuco para a realização de diagnóstico diferencial de EEB por meio da técnica de ELISA. Esta metodologia não é aplicável a amostras fixadas em formaldeído.