Norte

22/03/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:20am

Representantes do segmento de ovinocaprinocultura da região Norte estiveram reunidos na última sexta-feira, 18 de março, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas – FAEA, no Centro de Manaus, para traçar um diagnóstico que levará à elaboração de um planejamento estratégico que visa o crescimento da atividade.

Um dos assuntos debatidos, e que faz parte do plano para alavancar a produção de ovinos e caprinos, girou em torno da instalação de um abatedouro para as espécies em cada Estado da região Norte. O projeto elaborado pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) em parceria com o Serviço de Apoio as Micros e Pequenas Empresas (Sebrae), e aprovado pelo Ministério da Agricultura – MAPA, renova as perspectivas no segmento dos empresário do ramo.

De acordo com o presidente da Comissão Nacional de Caprinos e Ovinos da CNA e da Câmara Setorial do Mapa, Edílson Maia, que esteve no encontro, a planta do abatedouro elaborado pelo MAPA vai acabar com o abate clandestino e dar condições sanitárias e alimentar com uma carne certificada pelo Ministério.

O custo previsto para a construção da compra de materiais e equipamentos, incluindo câmara frigorífica é de R$ 450 mil, bem abaixo de R$ 1 milhão, do modelo anterior estimado para atender 100 animais dia. Como o novo modelo a capacidade de abate ficaria em torno de 40 ovinos, caprinos e até suínos ou 20 bovinos por dia.

Mas, para se chegar ao estágio final do projeto com a instalação do abatedouro, Edílson Maia, esclareceu que, primeiramente, será traçado um novo perfil das espécies de ovinos e caprinos, cujos dados serão inseridos na agenda do plano de estratégia da Comissão Nacional. “Esse crescimento se dá através do segmento altamente rentável em decorrência da carne de excelente qualidade. Sem dúvida o empresário que investir neste segmente terá um bom resultado”, destacou Edílson Maia.

Segundo presidente da Faea, Muni Lourenço, o consumo de carne de animais como carneiro impulsionou o aumento da produção de ovinos e caprinos no Amazonas. Em cinco anos, o número de animais subiu de 20 mil para 100 mil, um salto superior a 90%, além do crescimento quantitativo na qualidade genética no rebanho das espécies. “Nossa produção é toda consumida no mercado local e ainda temos dependência de importação no país, então a perspectiva de crescimento é altamente positiva”, ressaltou Muni.

Um dos incentivadores do setor de ovinocaprinocultura no Estado, Camilo Morato, presidente da Associação de Criadores de Ovinos e Caprinos do Amazonas (Acocam), destacou que o aumento da produção de ovinos e caprinos se deu, principalmente, pelos hábitos alimentares dos nordestinos que moram em Manaus. Acostumados a comer carnes de bodes e carneiros, por exemplo, conseguiram, aos poucos, embutir no paladar dos amazonenses a carne desses animais. Hoje, conforme Morato é comum encontrar nas churrascarias essas carnes como pratos habituais.

Para o presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Valdelino Cavalcante, o Amazonas está vivendo um momento oportuno e especial com o incentivo à cadeia produtiva de ovinos e caprinos. “O mercado amazonense do setor de ovinocaprinocultura está se tornando promissor pelo seu fortalecimento das espécies e por agregar a sustentabilidade ambiental do Amazonas, com tecnologia para se trabalhar melhor a produtividade e o profissionalismo com grande resultados”, disse.