NATUREZA

27/02/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am

Um tanto quanto desengonçadas, mas charmosas, as aves conquistam os turistas que vão à Antártida e a Punta Arenas. O fim de tarde, quando voltam aos ninhos para alimentar os filhotes, é o melhor momento para observá-las. Os pinguins são os animais mais cobiçados pelos turistas na Patagônia e na Antártida. E nem é preciso se aventurar no mar para vê-los. Há colônia dessas Aves perto das cidades, em terra. De Punta Arenas, a mais próxima fica a pouco mais de uma hora.

A pinguineira chilena em Seno Otway fica a 65km de Punta Arenas e atrai mais de 800 turistas por dia, que encaram o vento frio e a travessia em estrada de chão para aprender com o comportamento desengonçado e simpático dos habitantes ilustres desta colônia no extremo sul da América.

O passeio é oferecido por inúmeras agências e pode ser comprado um dia antes. Elas, geralmente, levam os turistas em vans ou micro-ônibus. Mas também se pode contratar um táxi, combinando o preço antes da partida.

Na parte de terra da estrada, já dentro da reserva, destaca-se a paisagem plana com vegetação rasteira e clima oscilante. Em meio a ela, outros animais, como lebres, gaviões e muitas ovelhas. Vale uma breve parada para fotografias.

Passarela

A colônia de pinguins fica à margem das águas represadas do Oceano Pacífico, e vista para uma cadeia de montanhas, com nuvens no topo. Nesse cenário, moram cerca de 11 mil pinguins-de-magalhães. Depois do trajeto de carro, van ou ônibus, é preciso percorrer uma trilha até eles.

O caminho dentro da reserva ecológica é feito em uma passarela de madeira, com placas indicativas sobre espécies de vegetais existentes na área. Há mirantes para facilitar a visualização da orla. Muitos levam binóculos.

Mas todos querem mesmo é ver os pinguins. Após cerca de 15 minutos de caminhada, chega-se à praia, o melhor lugar para apreciá-los. No caminho, alguns espécimes conservam seus ninhos. Eles caminham tranquilamente em meio à vegetação baixa, para delírio dos visitantes.

Na praia, há um mirante suspenso, o que facilita as imagens dos pinguins reunidos após um dia no mar e os fiscais podem melhorar o controle dos turistas. Cercas indicam a proibição do contato direto com os animais. Mas é possível vê-los por até um metro de distância.

Volta para casa

O horário mais indicado para a visitação é o fim de tarde, pois, por volta das 18h, pinguins começam a brotar das águas. Em fila indiana, eles seguem trilhas em meio à vegetação em busca dos ninhos. Levam, no bico, a comida para os filhotes.

A procura do alimento começa cedo. Ao amanhecer, os habitantes do santuário partem para o mar. Avançam quilômetros oceano adentro em busca de peixes e crustáceos, capturados em mergulhos que podem alcançar os 70m de profundidade. Enquanto pescam, a colônia fica vazia.

Os ninhos ficam sob a terra. Na volta, quando um companheiro fica pelo caminho, o líder do grupo estanca a caminhada, aguarda a recuperação do amigo e segue a jornada. Para os pinguins, o matrimônio é uma instituição sagrada. Quando um macho e uma fêmea se casam, só a morte os separa. (RA)

800 – é o número de turistas que visitam, por dia, a pinguineira mais próxima de Punta Arenas

Timbre de voz

A incubação dos ovos da fêmea do pinguim leva de 38 a 42 dias. Os ninhos são feitos em tocas, nas quais pai e mãe cuidam dos filhotes. Como se reproduzem em colônias numerosas, os animais se localizam pelo timbre de voz. Cada pinguim tem uma vocalização diferente. Os filhotes saem do ninho com 70 dias e vão para o mar.

Quanto custa

Em média, o traslado Punta Arenas e a pinguineira custa 8 mil pesos chilenos, algo como R$ 32. Além do transporte, é preciso pagar 1,5 mil pesos (R$ 12) para entrar na área protegida que abriga a colônia, mais 5,5 mil pesos (R$ 22) para visitar o local

Para saber mais – Passeio pelo nosso país

O pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) é uma ave sul-americana que vive em regiões frias, muitas vezes com temperatura abaixo de zero. Essa espécie pode ser encontrada na costa chilena e na argentina, mas também é vista com frequência nas praias brasileiras, no processo migratório pelo Oceano Atlântico.

Eles vêm ao Brasil em busca de correntes de águas mais quentes e maior oferta de alimentos, podendo ser avistados normalmente na costa da Bahia, de Alagoas e de Pernambuco. No entanto, derramamentos de óleo e redes de pesca irregulares ameaçam a vida da espécie em território nacional.