Na semana em que se comemora o dia da mulher, o CFMV publica uma série de entrevistas com médicas veterinárias de diferentes áreas de atuação

08/03/2016 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:50am

Se no passado a Medicina Veterinária era uma profissão essencialmente masculina, hoje, a realidade é outra. O número de médicas veterinárias em atuação já é superior a 49 mil e 600 mulheres.

O presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Benedito Fortes de Arruda, destaca que foram inúmeras as dificuldades e os obstáculos ultrapassados, principalmente por aquelas que foram pioneiras.

“Havia o preconceito da família, dos tomadores de serviços e, muitas vezes de colegas. Essas barreiras foram ultrapassadas, demonstrando que, sobretudo no campo não é a força muscular que é exigida, mas a força da independência, da habilidade, da competência que sobrepuja os preconceitos e dão a credibilidade no serviço desempenhado pela mulher”, afirma Arruda.

Neste 08 de março, Dia Internacional da Mulher, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) parabeniza todas as médicas veterinárias e mostra que na produção animal, defesa e vigilância sanitária, laboratórios de pesquisas, hospitais, clínicas, ambulatórios, indústria animal, nutrição, e sobretudo na defesa incansável da Saúde Única, a mulher tem e terá destaque especial.

“A sociedade brasileira tem inúmeras guardiãs voltadas para saúde animal, humana e da natureza. Parabéns a todas guerreiras que, com trabalho, honra, ética e dignidade, elevam o nome da Medicina Veterinária e contribuem para uma sociedade mais justa, solidaria e participativa”, afirma o presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda.

Para marcar essa homenagem, o CFMV publica, a partir de hoje, uma série de entrevistas com representantes de suas comissões nacionais.

A primeira entrevistada será a médica veterinária integrante da Comissão Nacional de Residência em Medicina Veterinária (CNRMV), Virgínia Bocorny Lunardi, formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Atualmente, Lunardi é professora de graduação e pós-graduação na Universidade Luterana do Brasil e coordenadora-geral dos programas de Residência Médica Veterinária da Instituição. É ainda cirurgiã do Hospital Veterinário da Ulbra, atuando principalmente em cirurgias de tecidos moles e reconstrutivas.

Ascom/CFMV – Como e quando surgiu seu interesse pela profissão?

Virgínia Lunardi –  O interesse pela formação em Medicina Veterinária se deu de forma automática e sem nenhuma dúvida, uma vez que somente nesta profissão seria possível associar o interesse na área médica, o amor pelos animais e a vontade de contribuir para a saúde do homem e do ambiente. Nunca tive dúvidas sobre qual caminho seguir e me sinto realizada com esta escolha.

Ascom/CFMV – Como você vê o crescimento das mulheres na profissão nos últimos anos?

Virgínia Lunardi – Nas últimas décadas é evidente o crescimento da participação das mulheres em um mercado de trabalho tradicionalmente ocupado por homens, crescimento tal que hoje representa mais de 50% da atuação e em diferentes áreas. Como professora há 20 anos, observo hoje as turmas formadas predominantemente por mulheres e destaco uma turma de formandos deste semestre, que conta com apenas um homem.

Ascom/CFMV – O que o ‘olhar feminino’ pode trazer de contribuição para a Medicina Veterinária?

Virgínia Lunardi – O olhar feminino, reconhecidamente sensível, autocrítico e perfeccionista, certamente tem impulsionado a Medicina Veterinária e o reconhecimento dos profissionais que nela atuam. A dedicação da mulher, associada à sua sensibilidade e à capacidade de trabalho em equipe, têm o potencial de estimular uma profissão cada vez mais dinâmica, multidisciplinar, que interage os diferentes saberes e foca na Saúde Única como objetivo final.

Ascom/CFMV – Em sua visão, ainda há desafios a serem superados para a mulher médica veterinária?

Virgínia Lunardi – Desafios estarão sempre presentes na nossa rotina de trabalho, são bem-vindos e necessários à renovação de qualquer profissional. No meu entendimento, a ampla participação da mulher na profissão associada à sua eficiência já gerou a superação da maioria dos desafios ligados ao gênero.

O que se apresenta hoje são desafios do médico veterinário, homem ou mulher, visando seu reconhecimento pela sociedade para serem reconhecidos pelo que de fato são – profissionais de saúde, capazes de atuar na promoção e atenção à saúde humana.

Assessoria de Comunicação do CFMV