mortal

10/03/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:20am

O vírus H1n1 da gripe suína é compatível com um vírus da gripe aviária endêmico em aves na Asia e podem produzir vírus híbridos com poder mortal, alertam pesquisadores chineses.

Os cientistas produziram 127 vírus híbridos combinando genes do H1N1 e da gripe aviária H9N2 em laboratório, e oito dos híbridos vieram a ser mais virulentos do que os vírus originais quando testados em ratos.

O H1N1, pandêmico em 2009, veio a ser mais leve que o esperado e infecções humanas do H9N2 na China não parecem ter causado doenças mais graves. Mas os especialistas dizem que seus híbridos – ou "recombinantes" – não podem ser ignorados.

"A principal mensagem é de que o H1N1 pode se combinar de certas maneiras com o H9N2 para criar recombinantes e alguns desses vírus tem maior patogenicidade se comparados com os vírus originais em ratos." disse, em e-mail à reuters, Jinhua Liu, líder da pesquisa, da Faculdade de Medicina Veterinária da China Agricultural University em Pequim.

Liu e seus colegas, que publicaram suas descobertas no “Proceedings of the National Academy of Science” alertaram: "A possibilidade de um novo vírus pandêmico recombinante da H9N2 e da H1N1/2009 existe.”

Os vírus da gripe tem oito segmentos genéticos e um dos segmentos é chamado de gene PA. Todos os oito híbridos perigosos carregam o PA pertencente ao H1N1.

Os oito virus descobertos causaram pneumonia grave, edemas e hemorragia nos ratos infectados, escreveram os especialistas.

O H9N2 é comum na China e se sabe que entre 13,7% e 37,2% da população estudada pode ter sido infectada pelo H9N2.

"Devemos diminuir a chance de infecção com ambos os vírus em um (único) hospedeiro.” escreveu Liu em seu E-mail.

Especialistas acreditam que uma maneira clássica de hibridização de virus é quando estes se encontram dentro de um hospedeiro e trocam genes. Pessoas e animais, como porcos, podem ser “locais de hibridização” eficientes.

Alguns cientistas acreditam que pandemias em 1958 e 1968 aconteceram dessa forma e mataram mais de dois milhões e um milhão de pessoas pelo mundo inteiro, respectivamente.