missão

23/07/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:43am

Nove técnicos do governo russo desembarcam hoje no Rio Grande do Sul para inspecionar sete frigoríficos de abate bovino, suíno e de frango. A missão poderá dar fim ao embargo à carne brasileira e devolver ao Estado o principal importador da produção gaúcha.
A missão russa, que chegou ao país ontem, se reúne com representantes do Ministério da Agricultura, em Brasília. À noite, segue para o Estado, onde cumprirá roteiro até quinta-feira em plantas de Alegrete, Lajeado, Garibaldi, Santa Maria, Santa Rosa e Santo Ângelo, avisadas com antecedência das visitas.

– Estamos confiantes quando à reabertura do mercado russo à carne gaúcha, responsável por mais de 50% dos embarques do país – diz o superintendente do Ministério da Agricultura no RS, Francisco Signor.

Conforme ele, que irá acompanhar as inspeções nos frigoríficos de Suínos, as vistorias em cada planta devem durar três horas, período em que os técnicos russos fazem análise de documentos e das instalações.

Em Lajeado, no Vale do Taquari, os russos inspecionarão duas unidades da BRF Foods, uma de abate de Suínos e outra de frangos. Antes do embargo à carne brasileira, em junho de 2011, os dois frigoríficos exportavam cerca de 4 mil toneladas por mês para o país europeu.

Outro frigorífico que poderá retomar a habilitação para exportar carne de frango à Rússia é o Frinal, de Garibaldi. Desde que os embarques foram suspensos, a indústria estabeleceu parceiros comerciais em países árabes e asiáticos.

– A Rússia vinha diminuindo as importações nos últimos anos, mas mesmo assim estamos na expectativa de retomar esse mercado – afirma Luiz Fernando Roman Ross, diretor comercial do Frinal.

A missão é vista com uma válvula de escape para os produtores de Suínos, já que o embargo russo, imposto ao Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso é uma das causas da crise vivida pelo setor no Estado. O RS enviava à Rússia 60% de suas exportações até a proibição das vendas.

– Os frigoríficos têm se preparado intensamente para se adaptar às novas regras aduaneiras da Rússia, e a expectativa de que haja reversão é grande – diz o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber.