Mico-leão do Zoológico de Brasília é alimentado com leite humano
15/01/2014 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:00am
O mico recebeu o nome de Doki e nasceu no último dia 3 de janeiro. Ele mama dois mililitros de leite humano a cada duas horas. Veterinários ficam de plantão para amamenta-lo de madrugada.
O animal vai ficar em uma incubadora veterinária até completar quatro meses, quando deve ser reintroduzido ao habitat natural. Com a ausência da mãe, ele se apegou a uma pantufa felpuda.
Segundo a veterinária Bethânia Pereira Borges, o mico tem respondido bem à alimentação com leite humano. "Ele já ganhou 3 gramas. É pouquinho, mas pra ele é bastante. A gente está acompanhando e pesando ele diariamente", afirma.
A escolha pelo leite humano aconteceu porque os especialistas chegaram à conclusão de que era o que tinha propriedades biológicas mais próximas do produto animal. A doadora é a jornalista Fabiana Pelles, mãe de um bebê de quatro meses.
Ela diz que recebeu o pedido de uma tia que trabalha no zoológico. "Ela me ligou falando que precisava da doação de leite, se eu podia doar. Eu falei que tudo bem. E ela [disse] 'é porque um macaquinho está precisando'. Eu falei, tudo bem, é super diferente, mas não me importo. Vou doar", afirma Fabiana.
"É uma experiência diferente, interessante. Nunca tinha passado por isso, mas está sendo legal porque é um ato de amor, da mesma forma que se fosse pra alimentar um bebê humano", diz Fabiana.
Apesar de só ter mamado por sete dias na mãe, Doki só sobreviveu por causa da amamentação nos primeiros dias de vida. Os técnicos dizem que isso acontece porque o primeiro leite recebido pelos animais, o colostro, é o mais rico em nutrientes essenciais para sobrevivência dos filhotes.
A mãe do mico chama-se Lindinha. Ela ainda carrega um filhote no dorso. A mãe já rejeitou outros quatro filhotes, que acabaram morrendo.