Leite

04/03/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:20am

A Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE) recebeu ontem (28) o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos Leiteiros (ABCOL), Érico Tormem

Em reunião com pesquisadores das linhas de Melhoramento Genético Animal e de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Érico apresentou demandas do setor que, segundo ele, podem ser priorizadas em estratégias de pesquisa e inovação para o desenvolvimento da ovinocultura leiteira. Entre elas, o melhoramento genético e a organização da cadeia produtiva.

"Há um grande potencial para o leite de ovelha no campo, principalmente no caso de pequenos produtores. E os produtos desse leite podem ser de ótima qualidade. O que ainda falta são programas de desenvolvimento do setor e até mesmo melhor informação: já estive em feiras agropecuárias onde até mesmo produtores de ovinos não sabiam que o leite poderia ser explorado", afirmou Érico.

O presidente da ABCOL também ressaltou a necessidade de importação de reprodutores da Europa e de solucionar gargalos na cadeia, para garantir melhor estrutura e mercado consumidor ao leite ovino.

Na avaliação do pesquisador Octavio Morais, da área de melhoramento genético, a ovinocultura de leite concede "oportunidades interessantes" para produtores brasileiros. "Ela permite aos ovinocultores a exploração de mais um produto, além da carne, pele ou lã", afirmou ele. Octavio também destacou que os derivados do leite ovino ocupam um nicho específico de mercado, já com cliente fiéis em estados como Minas Gerais. Segundo Octavio, apesar da atividade hoje estar mais concentrada nas regiões Sul e Sudeste do país, há a possibilidade de se testar raças como Assaf, Awassi e Lacaune nas demais regiões brasileiras.

Para Raimundo Lobo, também pesquisador de melhoramento animal, é importante que haja um processo controlado de importações de material genético. "Percebo que há um setor produtivo bem focado, que não quer tanto volume de produção, mas garantir mercado e qualidade para seus produtos", afirmou Lobo.

O chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos, Evandro Holanda Junior, propôs ao presidente da ABCOL a elaboração de um plano de trabalho para a definição de diretrizes para o setor, com envolvimento da Embrapa, produtores e outras instituições parceiras. Ao fim da reunião, houve degustação de produtos derivados do leite de ovelha.

Atualmente, o rebanho de ovinos leiteiros no Brasil conta com cerca de seis mil matrizes. A atividade tem maior concentração nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná e Minas Gerais, com produção que lida principalmente com as raças Lacaune, East Frisian e Bergamácia.