Lácteos
20/09/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:25am
A balança comercial de lácteos fechou o mês de agosto com déficit de US$ 7,4 milhões, apontou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O valor é resultado da diferença entre US$ 17,5 milhões gastos com as importações e US$ 10,1 milhões obtidos com as exportações. Apesar do resultado ter sido novamente negativo no mês passado, o déficit de agosto é o segundo menor do ano, o que reflete a redução no ritmo das importações. Em agosto, as aquisições de outros países caíram 39% na comparação com o resultado do julho. As importações de leite em pó, soro de leite e queijo foram as que mais caíram.
O déficit da balança comercial de lácteos no ano preocupa o setor leiteiro. Segundo o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim, o déficit na balança comercial de lácteos é de US$ 93,2 milhões, no acumulado de 2010 até agosto, o que representa 66,4% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. Na sua avaliação, as importações em 2010, de US$ 192,6 milhões até agora, foram realizadas a preços maiores do que em 2009, reflexo da valorização dos produtos lácteos no mercado internacional.
Para Alvim, o cenário ideal seria a volta dos saldos positivos na balança comercial. Contudo, mesmo com os preços atraentes no mercado internacional, o Brasil não tem sido favorecido nas vendas externas. Em agosto, a receita cambial obtida com as exportações foi a menor do ano: US$ 10,1 milhões. No acumulado até agosto, as exportações renderam US$ 99,4 milhões, 18,1% a menos do que no mesmo período de 2009. “Os preços atraentes das commodities lácteas ainda não atingiram valores suficientes para o Brasil retomar suas exportações, principalmente por causa da desvalorização do dólar frente ao real”, explica Alvim.
Mercado interno – Alvim também espera a reação dos preços no mercado interno, em conseqüência da estiagem que atinge as principais bacias leiteiras do País, que provoca a redução da oferta. Este ano, no entanto, mesmo na época da entressafra, quando os preços do leite costumam subir devido à queda de produção, os preços pagos aos pecuaristas permaneceram baixos. Em agosto, o valor pago ao produtor ficou na média de R$ 0,69 o litro, abaixo do verificado no mesmo mês nos três últimos anos. “Não há mais espaço para queda. Com demanda aquecida, menos importação e menos oferta, não há mais justificativa para o preço continuar caindo”, enfatiza Alvim.