Internacional

10/06/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:26am

Grandes produtores de carne e países importadores estão instituindo algumas normas que visam melhores condições de vida para os animais utilizados na produção cárnea. A produção suinícola também será afetada. Na União Europeia, por exemplo, o uso de compartimentos individuais para matrizes suínas na maternidade será proibido. As "gaiolas" deverão ser abolidas até 2012. Atento, o Brasil também deve preparar, no segundo semestre, um pacote de medidas que possa atender seus mercados, respeitando normas de rastreabilidade e bem-estar animal. De acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Fabiano Coser, o País precisa criar um estatuto conciso para que outras partes do mundo não tentem impor regras que não se adequem à realidade brasileira. "Precisamos colocar no papel o que pensamos para manter e conquistar mais mercados sem imposições de outros países", destaca Coser. "Temos que nos antecipar contra possíveis embargos".

Para ele, a proibição das gaiolas na Europa não deve ser estendida à suinocultura brasileira, embora as granjas mais novas já trabalhem com baías coletivas para as leitoas acima dos 30 dias, ou seja, sem gaiolas. "O impacto de uma produção como essa no Brasil afetaria principalmente no bolso do suinocultor que está na atividade há mais tempo. Tenho consciência de que podemos melhorar o bem-estar dos animais, mas não precisamos seguir o modelo europeu", explica Coser.

Segundo o diretor executivo da ABCS, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) já cobra um posicionamento do setor suinícola quanto ao bem-estar e a rastreabilidade dos animais, de olho nas novas regras que surgem no mundo. "Por isso estamos programando esta reunião, no segundo semestre, com a participação da ABCS, do Mapa, da Embrapa, dos suinocultores e de todos os elos da cadeia para debatermos os temas". De acordo com Coser, ainda não há uma data definida, porém, um estatuto deverá ser criado após esta reunião.

Apesar de toda esta movimentação acontecendo principalmente na Europa, Coser se mostra tranquilo quanto a atual situação do suinocultor brasileiro. "Nosso sistema é muito bom, temos que defender nossa suinocultura. Não estamos atrás de ninguém e temos granjas excelentes, que não maltratam os suínos", finalizou.