Importação

10/07/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

Abastecido basicamente por importações, o avanço do consumo nacional de carne de cordeiro não conseguiria se sustentar sem que a produção de ovinos ganhasse escala. Em 2009, quando a Marfrig iniciou o abate de ovinos no Brasil, a produção da proteína perdia espaço para outros segmentos nos dois dos principais exportadores mundiais: Austrália e Nova Zelândia.
Principal fornecedor brasileiro, o Uruguai viu na oportunidade espaço para deslocar sua produção para outras partes do globo. "A queda da produção mundial vinha na contramão da demanda em São Paulo", afirma James Cruden, CEO da Marfrig Beef, divisão que integra as operações de bovinos e ovinos. "A carne do Uruguai não vinha mais em volume suficiente", conta.

De lá para cá, as importações de fato caíram. No ano passado, o Brasil comprou 155, 2 mil toneladas de carne de cordeiro, tombo de 57% sobre as 358,9 mil toneladas importadas em 2009, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Com a queda da produção global e a demanda cada vez maior no Brasil, o ovinocultura voltou a crescer no país. "O produtor entendeu que valia a pena investir no Rebanho", afirma Cruden.

Os resultados desses investimentos devem se materializar já neste ano, prevê o executivo. "Os ovinos levam pouco tempo para se reproduzir", diz. Segundo ele, aumentar o Rebanho de maneira significativa leva apenas cinco anos. Em 2010, o Rebanho nacional de ovinos atingia 17,3 milhões de cabeças, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).

Mas, para ampliar o Rebanho de ovinos no país, a oferta de animais para abate foi reduzida com a retenção de matrizes para a reprodução, principalmente no Rio Grande do Sul. "Os pecuaristas ficaram com as cordeiras para usá-las na cria. É bem nítido que o volume de abates atual é de cordeiros macho", diz Cruden.

Como resultado dessa retenção, a própria Marfrig reduziu seu volume de abates. No primeiro trimestre deste ano, a companhia abateu 26,9 mil cabeças, redução de 50,6% sobre as 54,6 mil cabeças verificadas no mesmo intervalo de 2011. "A partir de novembro, veremos uma oferta de cordeiros mais intensa", acredita o executivo. (LHM)