ideia

10/05/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:49am

Bióloga usa ninhos artificiais e atrai pássaros a mata incendiada na USP
Nove meses atrás, a bióloga Ana Carla Aquino, de 37 anos, se deparou com uma cena que ficou marcada na memória. "Vi um casal de nhambus morrer ao proteger o ninho com filhotes das chamas", lembra sobre o incêndio que destruiu 83 hectares de mata preservada e afugentou 130 espécies de Aves da floresta da USP de Ribeirão Preto (SP) em agosto de 2011.

O episódio – que posteriormente foi apontado como criminoso pelo Ibama – motivou a técnica do laboratório de Zoologia e Vertebrados da universidade a colocar em prática a ideia de construir ninhos artificiais, como forma de atrair pássaros ao espaço degradado. Ao todo, já foram instaladas 25 caixas de madeira e bambu, produzidas em diferentes tamanhos, com tampa articulável. Até julho, o número deve dobrar.

Além de ganhar a confiança das Aves expulsas de seu habitat e aumentar a biodiversidade da área, o projeto desenvolvido voluntariamente visa obter novas informações para um estudo sobre reprodução animal. "A gente tinha essa ideia antes do incêndio, como uma forma de estudar os aspectos reprodutivos. Com o incêndio, resolvemos adiantar isso", afirma a pesquisadora ao G1.

Embora não haja um levantamento sobre o número de espécies que voltaram a ocupar o banco genético, exemplares de maritacas, pica-paus, papagaios, periquitos, corujas-do-mato, entre outros, voltaram a sobrevoar o campus.

Mas os resultados mais expressivos da ideia devem ser percebidos a partir do segundo ano do projeto, de acordo com a bióloga, através de um processo natural de reconhecimento e adaptação dos pássaros.