hospital

30/10/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

O número de animais atendidos no Hospital Veterinário de Uberaba, no Triângulo Mineiro, aumentou. De acordo com o veterinário Cláudio Yudi, o total de atendimentos, entre consultas particulares e animais entregues pela Polícia Ambiental, somaram 327 em 2011, uma média de 27 por mês. Já em 2012, foram 293 atendimentos até setembro, o que representa uma média de 32 casos por mês. E entre as causas que mais levam os animais para o hospital estão os traumas provocados por acidentes nas estradas.

“Com o aumento do tráfego de veículos nas estradas, a abertura de estradas em reservas ambientais e o avanço na agropecuária aumentam o número de casos de animais machucados. Ninguém está preservando o meio ambiente e os animais ficam mais acuados, acabam indo para a cidade. É preocupante e um alerta”, destacou Yudi.

O veterinário ressaltou ainda que é preciso de placas de alerta nas rodovias avisando que existem animais silvestres na região, além de um centro de triagem para onde os animais acidentados possam ser levados e de uma área de reabilitação. “Não existe nenhuma área adequada para os animais silvestres. Não foi feito nenhum investimento na parte ambiental. Falta infraestrutura na nossa região inteira”, disse Cláudio.

O Hospital Veterinário de Uberaba é conhecido pelos tratamentos com implantes em animais. O veterinário contou que entre as causas mais comuns de atendimentos estão os traumas, responsáveis por 80% dos casos; erro de manejo dos animais, ocupando 15% dos atendimentos; já os casos de filhotes abandonados e outros atendimentos tomam os 5% restantes.

“Quando há um trauma é geralmente por fratura, ataque de outros animais, choque elétrico ou acidente automobilístico. Erro de manejo corresponde à alimentação inadequada ou recinto inadequado. E os outros casos mais comuns são presença de corpos estranhos no estômago e intestino, corte de asa inadequado e parasitas como carrapato e sarna”, completou.

Cláudio contou que como as maiorias dos casos de trauma são por atropelamento é importante seguir algumas dicas para evitar acidentes:

– Assim que ver o animal na pista diminuir a velocidade
– Andar com luz baixa, tendo animal ou não, porque a luz funciona como um alerta para ele
– Caso tenha um acidente, sempre informar a Polícia Rodoviária e a Polícia Ambiental
– O ideal é evitar buzinas porque assusta os animais ainda mais

Yudi comentou ainda que em cada dez animais silvestres atendidos no hospital, sete são aves, dois são mamíferos e um é réptil. As aves mais atendidas são papagaio, periquito maracanã, periquito rei, calopsita (exótica), coruja suindara, coruja buraqueira, gavião carcará, urubu, seriema e tucanos. “Há muitos casos de seriemas atropeladas e apenas 5% delas sobrevivem”, destacou.

Já os mamíferos mais atendidos estão: mico, macaco bugio, tamanduá-mirim, tamanduá-bandeira, gambá, cachorro do mato, raposa do campo, veado e lobo guará. E entre os répteis estão tartaruga terrestre (jabuti) e tartaruga de água doce (tigre d’água).

Animais domésticos – Cláudio Yudi disse também que muitos animais domésticos como cães e gatos são atendidos. “A grande maioria são de atendimentos particulares e a demanda de cães é maior do que a de gatos. Hoje, em Uberaba, existem cerca de 60 mil cães e cinco mil gatos. Nós atendemos mais cães porque existem muito mais, mas a tendência é aumentar cada vez mais o número de gatos porque é um animal fácil de cuidar”, disse.

Entre os casos mais comuns estão fraturas, doenças infecciosas, traumas, problemas em partos e doenças oncológicas. “Existem muitos casos de cadelas que não conseguem parir e vão para a emergência fazer cesariana. Os cães estão vivendo mais tempo, por causa da melhor alimentação e dos cuidados veterinários, com isso eles começam a ter doença como as pessoas e aumentam os casos de câncer”, finalizou Cláudio.