Grão estratégico para aves e suínos

07/02/2014 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:59am

Alimento básico para a criação de Aves e Suínos, e considerado o motor das propriedades familiares, o milho produzido no Rio Grande do Sul historicamente não é suficiente para abastecer o mercado interno. Com demanda estimada em quase 6 milhões de toneladas, o Estado precisará trazer neste ano pelo menos 1,5 milhão de toneladas de outros Estados.
– A produção de milho do Rio Grande do Sul não conseguiu acompanhar a evolução da proteína animal – lamenta Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips).

Juntas, as indústrias de Aves e Suínos instaladas no Estado consomem 4,6 milhões de toneladas de milho – quase a totalidade da safra gaúcha, estimada em pouco mais de 5 milhões de toneladas. O grão compõe 65% da alimentação desses animais, complementada por farelo de soja e outros nutrientes. O déficit é agravado pela parcela de milho destinada à produção de ração e de sementes e ainda para consumo humano. Além disso, cerca de 300 mil toneladas deverão ser exportadas.

Os custos logísticos para trazer milho do Centro-Oeste, onde há excedente do grão, colocam em risco projetos de ampliação previstos por indústrias de Aves e Suínos instaladas no Rio Grande do Sul.

– A situação é delicada. A carência por aqui e o excedente no Centro- Oeste colocam em risco investimentos da indústria instaladas no Rio Grande do Sul – alerta Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef).

Para Turra, é preciso fazer com que políticas governamentais incentivem produtores gaúchos a investir na cultura do milho, criando mecanismos para regular o mercado.