Gado

17/10/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:04am

A Febre Aftosa é uma doença viral, altamente contagiosa que afeta gado bovino, búfalos, caprinos, ovinos e outros animais de casco fendido. A doença tem grande importância para o setor agropecuário, sendo considerada uma das maiores preocupações tanto dos governos como de pecuaristas devido aos prejuízos econômicos causados pela interferência na produção e produtividade do rebanho afetado, pelos investimentos e gastos para a execução de programas de saúde animal e pelo embargo e restrições na importação e exportação do comércio nacional e internacional.

A aftosa exige medidas preventivas para que não se alastre e sua notificação é obrigatória. A doença interfere na diminuição da produção de leite de 30 a 40% e de carne também, em torno de 20 a 30%. A economia é afetada amargando sérios prejuízos, incluindo a morte de animais.

A produtividade da fazenda é diretamente afetada refletindo no desenvolvimento e do rebanho. A aftosa debilita os animais, causa abortos pré-dispondo o rebanho a adquirir outras doenças como mamites, por exemplo. A produção da fazenda fica prejudicada já que os animais afetados são descartados, além de outras consequências, como a desvalorização dos animais oriundos da fazenda contaminada, a interdição da propriedade que fica impedida de comercializar seus produtos, aumento da mão de obra, perda de tempo e de dinheiro para tratar lesões secundárias.

No início do mês de outubro de 2011 a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) confirmou foco de Febre Aftosa em 13 animais com menos de 24 meses, na fazenda Santa Helena, na província de San Pedro, Paraguai, que não faz fronteira com o Brasil. Mesmo assim, a notícia assustou a todos, já que o Paraguai faz divisa com dois estados brasileiros; Mato Grosso do Sul e Paraná. A última vez em que foram registrados casos de aftosa no Paraguai foi em julho de 2003 e no Brasil em 2005.

O Paraguai parou as exportações e a expectativa é de que o produto local deixe de ser embarcado por 60 dias. Com o novo foco, o País vizinho perde seus status sanitários de livre de aftosa com vacinação. O prejuízo estimado é de US$ 300 milhões, segundo a Câmara Paraguaia da Carne.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que, com a participação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), elaborou o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), acompanha a situação no Paraguai.

Medidas preventivas já foram tomadas como a intensificação das ações de vigilância e prevenção na fronteira. Tais medidas contam com a colaboração dos governos estaduais, por meio das secretarias estaduais de agricultura e instituições vinculadas. São elas:

– Aumento do contingente de fiscais federais agropecuários na fronteira com o Paraguai;

– Colocação de barreiras volantes na região para fiscalizar o trânsito de animais e produtos;
suspensão temporária da importação de animais vivos e produtos in natura provenientes do Paraguai;

– Mapeamento de propriedades de maior risco dentro do Brasil.

O MAPA também se colocou à disposição do Paraguai para ajudar nas medidas de erradicação do vírus. Informações adicionais sobre a Febre Aftosa podem ser obtidas no endereço eletrônico: www.agricultura.gov.br/febreaftosa.