fusões
18/02/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:20am
Ainda à espera de um parecer definitivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a americana Pfizer tem avançado em seu processo de incorporação da também americana Fort Dodge, que foi incluída na aquisição da farmacêutica Wyeth no início de 2009. Dois anos após a operação, as empresas já uniram as vendas aos canais de distribuição para as divisões de saúde animal – aves, suínos, bovinos e animais de companhia -, mas os sistemas de informação e os processos logísticos ainda operam em paralelo.
"O processo está ocorrendo dentro do ritmo normal do Cade e temos que respeitar esse processo. As empresas ainda operam separadamente, mesmo com alguma integração já feita", disse Jorge Espanha, diretor da divisão de saúde animal da Pfizer no Brasil. Segundo o executivo, pelo perfil das informações que estão sendo solicitadas pelo Cade, a expectativa do grupo é que o parecer seja dado no segundo semestre do ano. "Mas isso é um sentimento nosso".
Juntos, os dois grupos formam a maior empresa veterinária do mundo, com receita de US$ 3,5 bilhões e participação de 18% do mercado global. Essa liderança, no entanto, tende a ser superada após a aprovação pelos órgãos reguladores mundiais da joint venture entre Merial e Intervet. A expectativa do mercado é que a nova companhia tenha receita global de US$ 4,8 bilhões, com fatia de 24,6% da indústria veterinária mundial.
Enquanto a integração total das concorrentes não ocorre em âmbito global e também nacional, a Pfizer assume a liderança da indústria veterinária brasileira. Incluindo as operações da Fort Dodge, a Pfizer fechou 2010 com faturamento de R$ 522 milhões, dos quais R$ 175 milhões foram referentes à empresa incorporada. "Se considerarmos a receita total, nosso crescimento foi muito grande, mas nas mesmas bases de 2009 nosso desempenho foi 9% melhor", afirma Espanha.
O crescimento das vendas, contudo, não foi suficiente para que a Pfizer já tenha definido o que fazer com a marca Fort Dodge, após o parecer definitivo do Cade. Algumas possibilidades ainda estão sendo estudadas, como a criação de uma "segunda marca", que andaria em paralelo à marca Pfizer. A total incorporação também não é descartada, mas Espanha reconhece a força da marca Fort Dodge entre os consumidores nos segmentos de animais de companhia e equinos.
Com a expectativa do parecer do Cade, a Pfizer planeja manter o ritmo de crescimento. Depois de lançar dez produtos em três anos, a empresa lançará quatro apenas em 2011 e projeta crescer uma vez e meia acima do mercado. "Trabalhamos com a perspectiva de a indústria nacional crescer entre 5% e 6% sobre os cerca de R$ 3 bilhões de 2010", diz Espanha.