Fusão

28/06/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

Os acionistas do Grupo Pão de Açúcar e do Carrefour terão 60 dias para estudar a proposta de fusão apresentada hoje pelo BTG Pactual e pela consultoria Estáter, que presta serviços para o empresário Abílio Diniz.

“Se o Casino não aprovar, a operação não sai. Essa não é uma proposta hostil”, destacou Carlos Fonseca, sócio do BTG Pactual em coletiva de imprensa nesta terça-feira. A questão foi levantada em meio aos desentendimentos entre Abílio Diniz e o grupo francês Casino, sócios na holding Wilkes, que controla o Grupo Pão de Açúcar.

Conforme reportagem publicada na edição de hoje do Valor, o Casino recorreu à Câmara Internacional de Comércio (ICC), em São Paulo, pedindo uma arbitragem contra Diniz para manter o acordo fechado entre as partes em novembro de 2006 na Wilkes.

Pelo acordo, o Casino deveria ser informado de qualquer oportunidade de negócio para o grupo no Brasil. As conversas sobre uma possível fusão com o Carrefour no país, entretanto, teriam acontecido sem seu conhecimento.

O sócio da Estáter, Pércio de Souza, porém, contesta tal argumento, afirmando que há um mês a instituição tenta tratar o assunto com o Casino, sem sucesso. “Abílio Diniz foi para a França tentar conversar com o Casino, mas eles não se mostraram receptíveis”, comentou.

Com o negócio, a participação do Casino no Novo Pão de Açúcar, holding que uniria Grupo Pão de Açúcar e Carrefour Brasil, seria de 29%, segundo o BTG Pactual. Já a participação de Abílio Diniz seria de 17%. A operação contaria com um aporte de 2 bilhões de euros por parte do BTG Pactual e do BNDESPar.
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