Frigorífico

14/09/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:06am

A Força Sindical pediu a intervenção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no processo de demissão em massa de trabalhadores de frigoríficos do grupo JBS, maior produtor de carne do mundo. O banco detém 30,4% do capital total da empresa.

O presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), pediu ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que exerça a responsabilidade social da instituição no caso. Segundo Paulinho, a demissão de 1,375 trabalhadores ligados à área da alimentação do frigorífico, em Presidente Epitácio (SP), não teve qualquer negociação prévia.

De acordo com o deputado, o presidente do BNDES prometeu procurar a direção da JBS o mais rápido possível para fazer com que o grupo se reúna com os sindicatos. A Força Sindical reivindicou que a empresa continue operando em Presidente Epitácio. “Parece que eles têm uma briga de Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) com o estado de São Paulo, mas os trabalhadores não têm culpa”, disse.

Somando as demissões feitas nas unidades do JBS em Lins (SP), Maringá (PR) e Alto Floresta (MT), chega a quase 5 mil o número de trabalhadores dispensados este ano. “O BNDES está financiando uma empresa para demitir trabalhador, com dinheiro do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT)”, afirmou o presidente da Força Sindical.

A situação da cidade está muito difícil, assinalou o prefeito de Presidente Epitácio, José Antônio Furlan. “A empresa encerrou as atividades de um dia para o outro em uma região que não tem outras opções de emprego”, alegou. A informação recebida pelo prefeito é que parte das atividades do JBS estão sendo transferidas para Mato Grosso do Sul e para Andradina (SP).

Nesta quarta-feira (14/09), os trabalhadores têm encontro marcado com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e a empresa. Paulinho espera conversar, ainda esta semana, com o grupo JBS, em reunião mediada pelo BNDES.

No último dia 8 deste mês, sindicalistas e trabalhadores da área da alimentação pararam, em protesto, a ponte que liga São Paulo a Mato Grosso do Sul, na Rodovia Raposo Tavares.O presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Fetiasp), Melquíades de Araújo, adiantou que os protestos não vão parar. “Estamos preparando uma nova manifestação. O que não pode é fazer o que eles estão fazendo”, afirmou. Para o presidente da Fetiasp, o BNDES não pode financiar uma empresa como a JBS para demitir, nem o frigorífico pode usar o dinheiro do banco para aumentar o seu patrimônio e esquecer o lado social. “A empresa tem que ter responsabilidade social”, concluiu.