Frango

21/12/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:01am

A produção brasileira de frangos deverá atingir 13,084 milhões de toneladas em 2011, 6,9% a mais do que o total produzido no ano anterior. A informação foi divulgada nesta terça-feira (20/12) pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef). O mercado interno deverá responder por 69,9% deste volume (ou o equivalente a 9,14 milhões de toneladas), um aumento de 8,3% em relação a 2010. Já para o mercado externo, a expectativa é de que os embarques somem 3,937 milhões de toneladas, ou 30,1% do total, crescimento de 2,7% em relação ao ano passado.

Segundo o presidente executivo da Ubabef, Francisco Turra, o cenário positivo para o mercado interno é resultado da maior presença do frango como escolha preferencial, e não apenas como substitutivo a outras carnes com preços mais elevados. “O aumento da renda do brasileiro vem sendo determinante para o crescimento do consumo de proteínas animais. Neste cenário, o frango se firmou como protagonista, seja pelos valores acessíveis, no caso de produtos in natura, ou pela praticidade, no caso dos processados”, ressalta.
Ano também teve obstáculos

Os bons resultados, porém, não expõem o cenário crítico enfrentado pelo setor, com a alta carga tributária – com média de 9%, muito acima dos índices aplicados em outros países, como União Europeia (5%) e EUA (menos de 1%) – e a redução das margens de lucro em decorrência do aumento dos custos de produção, especialmente pela alta do milho. “Ao longo do ano pudemos notar que certas praças chegaram a registrar oscilações de até 110% na cotação do grão. Para o próximo ano, precisamos de ações mais incisivas por parte do governo para conter abusos que oneram não apenas o produtor, mas também o consumidor, já que todos acabam pagando com a especulação”, afirma.

No caso das exportações, o comportamento do câmbio ao longo de 2011 (com o dólar chegando a R$ 1,53) contribuiu para uma queda ainda maior nas margens de lucro das agroindústrias. “Além disso, alguns mercados como Rússia, Egito e Turquia registraram fortes quedas, o que impossibilitou um desempenho ainda melhor para as exportações”, conta, lembrando que outros mercados favoreceram o saldo recorde das exportações em 2011, como China, Japão e Arábia Saudita.

Vislumbrando um período difícil no próximo ano, Turra defende que a excelência industrial da avicultura foi determinante para a superação dos obstáculos em 2011. “O ano que passou foi complicado, com muita instabilidade. Não fosse a alta profissionalização de nosso setor, teríamos um ano de grandes perdas”, diz. “Os investimentos, mais uma vez, serão postergados e o crescimento será contido nos próximos anos”, completa.