Flagra

19/06/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

Ação da Polícia Federal (PF) e do Ibama flagrou práticas cruéis durante um campeonato de canto de pássaros em uma associação de criadores de São Leopoldo. Na operação Campeão, realizada no domingo, houve apreensão de 57 Aves, entre cardeais e trinca-ferros, das quais 46 foram recolhidas para a sede regional do Ibama na Capital e as demais ficaram com fiéis depositários.

Quinze pessoas foram presas no local, sendo aplicadas ainda 30 autuações com multas de R$ 65,5 mil. A associação também foi autuada e teve suas atividades de promoção de torneios de canto embargadas. As prisões ocorreram devido à descoberta da falsificação ou adulteração de selo ou sinal público nas Aves, chamadas anilhas de identificação, além do emprego de espécimes silvestres sem permissão.

A crueldade ficou por conta do modo como o campeonato é realizado. Segundo o chefe de fiscalização do Ibama/RS, Régis Fontana Pinto, a competição na modalidade "Fibra" consiste em colocar gaiolas com cardeais e trinca-ferros lado a lado. Pelo instinto de disputa de território ou de fêmeas, as Aves cantam. O vencedor era o que restava cantando depois que os demais, extenuados e estressados, ficavam quietos. A competição pode durar horas. No treinamento das Aves, vale até deixá-las em salas escuras, com som elevado, para que "aprendam" os cantos.

Responsável pela Delegacia de Repressão a Crimes contra Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF/RS, o delegado Roger Soares Cardoso explicou que o crime não está apenas na falsificação das anilhas, mas também no tráfico de animais capturados no ambiente natural e que são levados para cativeiro para posterior participação em torneios. As Aves são vendidas no mercado clandestino entre os competidores. Houve casos de pássaros que custaram R$ 100 mil. Conforme a analista ambiental do Ibama/RS, Fernanda Rauber, a competição em si é legal devido às brechas na atual legislação, mas a presença de anilhas falsificadas nas Aves encontradas é que a tornou irregular.

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