extinção

08/07/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

Três das oito espécies de atum que existe no mundo estão seriamente ameaçadas de extinção. Esta é a conclusão de um novo estudo internacional que analisou o risco de extinção de população de peixes economicamente importantes . Foi a primeira vez, todas as espécies atuns, bonitos, cavalas, peixe-espada e marlins foram avaliados para a lista de espécies ameaçadas da da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN da sigla em inglês) .

“Todos os que trabalham com pesca e conservação marinha sabem que o número de barcos e a quantidade de redes e anzóis no mar, são muito maiores do que os recursos pesqueiros suportam. As ferramentas de ordenamento e controle da pesca são pouco efetivas no Brasil e no mundo”, afirmou ao iG Monica Peres, pesquisadora do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e uma das autoras do artigo publicado no periódico científico Science.

Não é só o atum que corre risco de ameaça. Entre as 61 espécies conhecidas, sete correm sério risco de extinção, estão na categoria ameaçada. Três delas são os atuns Thunnus maccoyi (criticamente ameaçado), T. thynnus (ameaçado) e T. obesus (vulnerável). Outras duas espécies de marlin, o Makaira nigricans e Kajikia albida (vulneráveis). Os outros dois são as cavalas Scomberomorus munroi (vulnerável) e Scomberomorus concolor (ameaçada).

Tanto atuns como marlins são peixes de vida longa e que precisam de pelo menos 4,7 anos para começarem a se reproduzir. Como tem um alto valor de mercado, a sobrepesca acaba matando o peixe antes que ele atinja a idade de se reproduzir, criando um cenário ideal para a extinção da espécie.

“O estado de conservação dos recursos pesqueiros e da biodiversidade marinha é preocupante. A situação é bastante ruim e sem muita perspectiva de melhoria no curto e médio prazo.”, disse Mônica.

Outro problema é que como são peixes que estão no topo da cadeia alimentar, a redução da população destes grandes predadores pode causar efeitos negativos sobre outras espécies que são fundamentais para o equilíbrio do ecossistema marinho e que são economicamente importantes como fonte de alimento.

Para os autores um dos mecanismos para conter a extinção é criar impedimentos maiores contra a pesca ilegal, além de tornar público dados como os pesquisados por eles.

“O fato de ter sido publicado na Science, uma revista de grande impacto, traz uma grande publicidade/divulgação dos resultados. Com isto, eles chegam ao grande público, trazendo a possibilidade de que a sociedade possa manifestar-se, e fazer uma pressão social/politica para que medidas sejam tomadas para reverter esse quadro.”, afirmou Monica. (Fonte: Alessandro Greco/ Portal iG)