Extinçao

16/10/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

Duas espécies que vivem no Brasil foram incluídas na relação dos 25 primatas mais ameaçados do mundo. A lista foi apresentada ontem por organizações ambientais durante a 11ª Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-11), realizada pela Organização das Nações Unidas em Hyderabad, na Índia. O macaco-caiarara (Cebus kaapori), encontrado apenas na Amazônia brasileira, e o bugio-marrom (Alouatta guariba guariba), cujo hábitat é uma área próxima ao Rio Jequitinhonha, em Minas Gerais, são citados no relatório ao lado de outras 23 espécies espalhadas por Ásia, África e América do Sul. O documento é atualizado a cada dois anos pelos maiores especialistas em primatas do mundo.

O relatório afirma que é impossível estimar quantos exemplares do macaco-caiarara existem hoje. Sua presença na lista é justificada pela "ameaça extrema à espécie causada pelo desmatamento e pela caça ilegal, que levaram a uma queda populacional drástica". Os especialistas estimam que a população do animal caiu 80% nas últimas três gerações. Quanto ao bugio-marrom, o documento considera improvável que restem mais de 250 indivíduos da espécie na natureza. As ameaças que pesam sobre o primata, que costuma viver em bandos que variam de quatro a 11 membros, incluem a caça, o desmatamento e as doenças.

A derrubada de florestas, o tráfico ilegal e a caça com fins de alimentação são as ações apontadas como as principais causas do desaparecimento das espécies. Das 25 citadas, 11 vivem na África, nove na Ásia e cinco na América do Sul. O país com o maior número de primatas ameaçados é o arquipélago africano de Madagascar, com seis espécies. Em seguida, vêm Vietnã (cinco), Indonésia (três) e Brasil (duas).

"Mais uma vez, o relatório mostra que os primatas do mundo estão sob crescente ameaça das atividades humanas. Apesar de não termos perdido nenhuma espécie desses animais neste século, algumas delas estão em situação muito delicada. Os lêmures (animais endêmicos da Ilha de Madagascar) são hoje um dos grupos de mamíferos mais ameaçados do mundo, devido a uma crise política e à falta de planos efetivos para sua proteção", ressaltou, em comunicado divulgado pela ONG Conservação Internacional, Christoph Schwitzer, um dos especialistas que ajudaram a elaborar o documento.