expansão
12/01/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:24am
Pouco conhecido no Brasil ou até confundido com lagosta, o camarão de água doce ou camarão gigante da Malásia tem grandes chances de expandir sua produção no Espírito Santo. Mesmo o Estado já sendo o maior produtor do País, a produção pode dobrar após a conclusão da construção de um laboratório, em Governador Lindenberg. O local vai reproduzir a pós-larva da espécie para fornecer aos produtores capixabas de camarão da Malásia. As obras começam neste mês de janeiro de 2011 e a previsão da entrega é de seis meses, possibilitando um salto na produção anual que é de 60 toneladas para 120 toneladas, em aproximadamente um ano.
A implantação do laboratório na Região Noroeste do Estado é uma parceria da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo (Seag), do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Prefeitura de Governador Lindenberg e da Cooperativa de Aquicultores do Espírito Santo (CEAq), que após a conclusão da obra vai realizar a gestão do laboratório.
"Hoje o gargalo da cadeia produtiva do camarão de agua de doce no Estado é a produção de pós-larva (filhote do camarão), que requer tecnologia avançada e controle sanitário extremo. Com esse laboratório em Governador Lindemberg, vamos conseguir sanar o principal entrave do setor. Há seis anos que o Estado sofria com a importação do pós-larva, o que implicava em aumento do custo e mortalidade dos animais, diminuindo a competitividade dos produtores capixabas", afirma o Gerente de Aquicultura e Pesca do Espírito Santo, Armando Fonseca.
– "Quem conhece e consome o camarão de água doce prefere o sabor dele ao do camarão tradicional
O extensionista do Incaper, Jair Toso, aponta que o sabor do crustáceo é único e que a atividade tem forte potencial de crescimento após a implantação do laboratório. "A produção brasileira atende a menos de 5% da demanda, então a perspectiva de expansão do mercado de camarão da malásia é promissora, pois ainda existe muito mercado para ser explorado", afirma Toso.
Os municípios de maior destaque na produção são Governador Lindenberg, sendo o maior produtor do Estado, São Domingos do Norte e São Gabriel da Palha, todos na Região Noroeste. O Estado exporta o produto para outros estados brasileiros, tendo como mercado certo São Paulo. "Só não exportamos mais por falta de produto", afirma Armando Fonseca.
Segundo Jair Toso, o camarão da malásia pode representar um bom negócio. "O camarão de água doce dá uma rentabilidade de R$ 25.000,00 a R$ 30.000,00 ao ano para o agricultor que investe na atividade", afirma.
Ao todo, o Espírito Santo conta com 40 produtores de camarão de água doce, que recebem a assistência técnica do Incaper. Após a implantação do laboratório, o Instituto vai incentivar outros agricultores da região a aderirem a carcinicultura.
– O preço do camarão varia entre R$ 25 a R$ 40 o quilo, de acordo com o tamanho
Com preço variando entre R$ 25,00 a R$ 40,00 o quilo, de acordo com o tamanho, o camarão da malásia pode ser utilizado nas mesmas receitas que o camarão comum, porém com um sabor exclusivo. Segundo o extensionista, "Quem conhece e consome o camarão de água doce prefere o sabor dele ao do camarão tradicional".
O consumidor que adquirir o camarão da malásia pode fazer 24 tipos de pratos diferentes com o produto, dentre eles, os favoritos dos apreciadores são a tradicional moqueca, o bobó de camarão, camarão frito na manteiga, ao alho e óleo, gratinado, empanado, camarão na moranga, além de poder vir acompanhado de catupiry ou requeijão.