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30/07/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:43am

No caso da Suinocultura, não são apenas os altos valores da soja e do milho que estão prejudicando a cadeia. O setor também passa por um excesso de oferta da carne. O levantamento do Deral aponta que, em junho, o custo de produção do quilo do suíno fechou em R$ 2,38, enquanto a venda estava sendo realizada a R$ 1,84. ""O produtor conseguiu atingir bons níveis de produção, mas também acabou sendo afetado pela restrição do mercado russo e argentino"", disse o engenheiro agronômo do Deral, Edmar Gervásio.
Para tentar atenuar a situação, na última semana os produtores paranaenses se reuniram com o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, e representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com o intuito de avaliar a disponibilidade da entidade comercializar o milho a preços menores.

Nas vendas de balcão realizadas pela Conab, os produtores vinculados às associações de classe poderão comprar milho até o limite de 27 toneladas por mês. Os suinocultores vão poder pagar em torno de R$ 21 a saca nas regiões Oeste, Sudoeste e Noroeste, onde a demanda pelo grão é maior. ""A partir deste mês, a demanda pela carne começou a subir naturalmente, favorecendo o preço de venda, que já chegou a R$ 2,07 o quilo.""

Outro fator importante é que 27% dos suinocultores do Paraná – algo em torno de nove mil produtores – são independentes, ou seja, não são integrados à indústria. Portanto, eles têm maior dificuldade de enfrentar o quadro de preços dos insumos e queda nos valores do produto final. A FOLHA tentou entrar em contato com o presidente da Associação Paranaense de Suinocultura (APS), Carlos Geesdorf, mas não obteve resposta.